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ELN decreta cesssar-fogo unilateral durante 2º turno na Colômbia

A última guerrilha ativa reconhecida pelo governo colombiano afirmou que a decisão foi adotada enquanto avançam os diálogos.

Agência France-Presse
postado em 11/06/2018 15:45
Havana, Cuba -A guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN) vai interromper suas atividades militares durante o fim de semana de 17 de junho, quando acontecerá o segundo turno presidencial na Colômbia, uma eleição crucial para a continuidade das negociações de paz.

"Decidimos decretar uma nova suspensão de nossas operações militares a partir da 0 hora de sexta-feira 15 de junho até as 24 horas de terça-feira 19 de junho para facilitar a participação cidadã nas eleições", afirmou o ELN em sua revista virtual, "Insurrección".

A última guerrilha ativa reconhecida pelo governo colombiano afirmou que a decisão foi adotada enquanto avançam os diálogos. A mesma medida já havia sido adotada em maio, para o primeiro turno eleitoral.

O governo colombiano e o ELN retomaram no mês passado em Havana as conversações para um eventual acordo de paz, que se for alcançado não será assinado na gestão do presidente Juan Manuel Santos.

A Colômbia escolherá no dia 17 de junho o sucessor de Santos em um histórico e polarizado segundo turno.

O favorito é o candidato da direita Iván Duque, herdeiro político do ex-presidente Álvaro Uribe e contrário à forma de negociação com guerrilha. Ele pretende, inclusive, revisar o acordo de paz que o governo assinou em 2016 com guerrilha das FARC.

Para o ELN, com 1.500 combatentes, Duque "insiste em triturar a paz, desbaratando os acordos de solução pacífica ao conflito" já assinados por Santos.

O outro candidato no segundo turno é o ex-guerrilheiro e ex-prefeito de Bogotá Gustavo Petro, com um movimento de esquerda que permitiria mais possibilidades de negociações com o ELN.

"Independente do resultado de 17 de junho, a Colômbia sai ganhando com a consolidação de uma força política alternativa dedicada a promover a democratização e a paz", afirmou o ELN, guerrilha criada nos anos 1960.

O presidente Santos afirmou que espera deixar assinado o acordo marco que estabeleça as bases para que o processo continue com seu sucessor e seja respeitado.

O quinto ciclo de conversações de paz em Havana tem como objetivo conseguir uma trégua e encontrar um mecanismo para que os cidadãos possam participar no processo de paz, uma demanda constante do grupo rebelde. Este ciclo deve terminar em 12 de junho.

Os dois lados querem um cessar-fogo melhor que o alcançado em outubro de 2017 e que durou 101 dias, até janeiro de 2018, em meio a acusações de violações do acordo.

O sexto ciclo de conversações começará em 20 de junho, também na capital cubana.

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