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ONU pede aos Estados Unidos uma reforma da política migratória

Em uma reviravolta, Donald Trump decidiu pôr fim às separações de famílias de imigrantes que entraram de forma irregular nos Estados Unidos

Agência France-Presse
postado em 22/06/2018 09:54
Crianças sentadas no chão, enroladas em lençóis térmicos
Genebra, Suíça - A ONU pediu aos Estados Unidos, nesta sexta-feira (22/6), que reforme sua política migratória, alegando que nem a separação dos filhos de imigrantes, nem sua detenção são opções viáveis.

"Nós nos opomos à separação dos filhos de suas famílias com fins de controle migratório, mas também nos opomos às detenções", afirmou o porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Christophe Boulierac, em conversa com a imprensa em Genebra.

Em uma reviravolta, o presidente dos EUA, o republicano Donald Trump, decidiu pôr fim, na quarta-feira, às separações de famílias de imigrantes que entraram de forma irregular nos Estados Unidos. A medida provocou indignação mundial e um profundo mal-estar em seu próprio partido.

[SAIBAMAIS]O decreto sancionado pelo presidente estipula que continuarão sendo realizadas as ações penais contra quem cruzar a fronteira de forma irregular, mas que pais e filhos serão mantidos detidos juntos, à espera da análise de caso a caso.

"Dissemos, várias vezes, que as crianças nunca deveriam ser detidas por motivos ligados a seus status migratório, ou ao de seus pais. Que um menor seja detido nunca vai no sentido de seu interesse superior", declarou Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.

Também "pedimos aos Estados Unidos que reformem sua política migratória e solicitamos a implantação de alternativas comunitárias e que não privem as crianças e as famílias da liberdade", acrescentou.

Segundo o Alto Comissariado, "essas alternativas devem respeitar plenamente os direitos humanos dos imigrantes".

Sobre a decisão americana de colocar os imigrantes em bases militares, a porta-voz ressaltou que "essas pessoas não deveriam ser consideradas criminosas" e insistiu na necessidade de se "explorar alternativas para a detenção".

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