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Mortos na 'repressão do Estado' na Nicarágua chegam a 212, diz CIDH

Além dos mortos, onda de violência deixa 1.337 pessoas feridas e 507 pessoas privadas de liberdade



Washington, Estados Unidos - A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) informou nesta sexta-feira que o número de mortos "pela ação repressiva do Estado" no contexto dos protestos contra o governo na Nicarágua chegou a pelo menos 212.

Em um relatório, a Comissão observa que "a ação repressiva do Estado produziu pelo menos 212 pessoas mortas até 19 de junho, 1.337 pessoas feridas e 507 pessoas privadas de liberdade registradas até 6 de junho".

"A Comissão conclui que o Estado da Nicarágua violou os direitos à vida, integridade pessoal, saúde, liberdade pessoal, reunião, liberdade de expressão e acesso à justiça", afirma o relatório de 97 páginas.

[SAIBAMAIS]No documento, a CIDH chegou à conclusão de que "a violência do Estado tem como objetivo desestimular a participação em manifestações e reprimir essa expressão de dissensão política".

Portanto, a Comissão faz um apelo ao governo da Nicarágua "para alcançar uma solução constitucional, democrática e pacífica para esta crise de direitos humanos".

Este relatório foi apresentado nesta sexta-feira em uma sessão extraordinária do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Washington.

A sessão começou com um minuto de silêncio pelas vítimas dos protestos que abalaram a Nicarágua desde 18 de abril.