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Oito regiões passam ao controle do regime sírio após acordos com rebeldes

Acordo foi firmado após pressão da Rússia

Agência France-Presse
postado em 30/06/2018 12:05
Beirute, Líbano - Os rebeldes de oito localidades do sul da Síria aceitaram neste sábado (30/6) entregar o controle de suas regiões ao regime, em consequência de acordos negociados pela Rússia, após duas semanas de bombardeios aéreos, informou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Isto acontece após as operações militares iniciadas em 19 de junho pelo regime de Bashar al-Assad e sua aliada Rússia na província de Deraa, sul da Síria, controlada parcialmente pelos insurgentes.

Depois de consolidar seu poder na capital Damasco e seus arredores, o regime sírio se concentra agora no sul, uma região chave próxima da fronteira com a Jordânia e as Colinas de Golã, parcialmente ocupadas por Israel

Em sua reconquista de territórios rebeldes no país em guerra, o regime recorre com frequência à mesma estratégia: bombardeia e isola os redutos insurgentes, antes de impor acordos chamados de "reconciliação", mas que estão mais próximos de uma rendição.

Com os acordos, os rebeldes que desejam permanecer na localidade entregam as armas e os que se recusam a viver sob o controle do regime são levados para zonas sob controle dos insurgentes, na região norte do país.

"Ao menos oito localidades do leste e do norte da província de Deraa aceitaram acordos de ;reconciliação;", afirmou à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

Após a queda das últimas localidades, as forças do regime controlam mais da metade da província de Deraa, contra apenas 30% antes do início da ofensiva, segundo o OSDH.

Entre as localidades estão Ibtaa, Al-Karak Oriental e Um al-Walad. A polícia militar russa entrou em alguns setores neste sábado, informou a ONG.

Quase 75o mil civis que vivem nas zonas rebeldes do sul da Síria estão ameaçados pelas operações do regime, advertiu recentemente a ONU.

Os combates e bombardeios aéreos da semana passada no leste da província de Deraa obrigaram a fuga de 45.000 habitantes, um êxodo sem precedentes nesta região, seguindo a ONU, desde o início da guerra.

A Jordânia advertiu que não teria condições de receber um novo fluxo de refugiados.

Quase 650 mil refugiados sírios estão registrados pelas Nações Unidas na Jordânia.

A situação atual provoca o temor de uma nova crise humanitária. Cinco hospitais já foram inutilizados neste setor meridional do país desde a intensificação da ofensiva em 19 de junho, informou o OSDH.

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