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Direitos Humanos verifica estado de presos em protestos contra Ortega

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) entraram nesta segunda-feira (2/6) na prisão de segurança máxima "El Chipote", em Manágua, para verificar a situação dos presos

Agência France-Presse
postado em 02/07/2018 20:07
Familiares gritam por
Manágua, Nicarágua - Entre gritos de "Liberdade" e "Justiça", familiares de detidos nos protestos contra o presidente Daniel Ortega receberam delegados da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) que entraram nesta segunda-feira (2/6) na prisão de segurança máxima "El Chipote", em Manágua, para verificar a situação dos presos.

A missão da CIDH se reuniu com autoridades policiais da prisão, em cujos portões dezenas de pessoas exigem todos os dias a libertação dos detidos, entre os quais está um menor de 14 anos.

"Vivos os levaram, vivos os queremos", "Sem mais torturas", gritavam estudantes que foram apoiar as famílias, além de dirigentes da opositora Aliança Cívica pela Justiça e Democracia, entre eles vários empresários e religiosos.

Duas mulheres seguram fotos de seus filhos, um jovem casal de 21 e 24 anos, que foram detidos no fim de semana em Manágua em meio a uma forte operação da polícia de choque em sua casa, que chegou a ser alvejada, segundo denunciaram.

A moça poderia estar grávida, de acordo com a mãe, María Aburto, de 47 anos. "É muito duro. Tenho medo de que perca o bebê ou que a estuprem", disse à AFP chorando.

Bernarda Díaz, de 64 anos, a mãe do rapaz, afirmou estar "muito angustiada" e considerou injusto que tenham detido o casal apenas porque seu filho participava dos protestos. "Não consigo dormir pensando em como eles estão", assegurou.

Muitos familiares, de diferentes regiões do país, vão todos os dias para "El Chipote" protestar com a esperança de que haja libertações. Os que vêm de mais longe dormem sob um toldo em colchões, redes, ou em cadeiras plásticas.

A CIDH, cuja missão tem uma semana em trabalhos de verificação na Nicarágua, exigiu o fim da repressão, o desmantelamento das forças parapoliciais e o respeito ao devido processo dos presos.

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