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Merkel adverte Trump sobre guerra comercial por tarifas de automóveis

Washington já provocou um conflito comercial ao adotar tarifas sobre as importações de aço e alumínio, declarou Merkel no Parlamento em Berlim

Agência France-Presse
postado em 04/07/2018 08:04
Washington já provocou um conflito comercial ao adotar tarifas sobre as importações de aço e alumínio, declarou Merkel no Parlamento em Berlim
Berlin, Alemanha - A chanceler alemã, Angela Merkel, advertiu nesta quarta-feira o presidente americano Donald Trump sobre o risco de uma "guerra" comercial caso os Estados Unidos prossigam com as ameaças de tarifas sobre as importações de automóveis.

Washington já provocou um "conflito comercial" ao adotar tarifas sobre as importações de aço e alumínio, declarou Merkel no Parlamento em Berlim.

"Temos negociações em marcha, muito mais sérias, sobre o estabelecimento de direitos alfandegários às importações de veículos pelos Estados Unidos", disse.

"É necessário fazer todo o possível para apaziguar este conflito antes que se transforme em uma verdadeira guerra, mas para isso são necessários dois", enfatizou a chefe de Governo da Alemanha, ao pedir que o presidente americano aceite a negociação.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, viajará em breve aos Estados Unidos para fazer propostas sobre esta questão.

A chanceler alemã respondeu desta maneira as mais recentes ameaças de Trump, que prevê a adoção de tarifas de 20% aos veículos importados pelos Estados Unidos procedentes da União Europeia (UE).

O setor automobilístico é vital para a economia alemã e gera quase 800.000 empregos no país.

[SAIBAMAIS]Merkel também rebateu as críticas do presidente americano sobre os excedentes comerciais da Alemanha e da União Europeia com os Estados Unidos, ao destacar que afetam apenas o setor industrial.

"Se você contabiliza os serviços, incluindo os serviços digitais, neste caso a balança comercial é totalmente diferente, com um excedente americano na Europa maior que o inverso", disse chanceler.

As declarações foram feitas em um contexto de relações comerciais cada vez mais tensas entre Estados Unidos e UE, depois da decisão de Donald Trump de impor, a partir de 1 de junho, tarifas de 25% para o aço e de 10% para o alumínio exportados por quase todos os países do mundo, incluindo alguns aliados dos Estados Unidos.

A UE respondeu depois de três semanas com medidas de retaliação, que incluem tarifas adicionais a dezenas de produtos americanos, como o uísque ou as motos Harley-Davidson.

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