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França vive terceira noite de confrontos após policial matar jovem

Pelo menos 52 carros foram incendiados na noite de ontem em Nantes, entre eles o veículo da prefeita da localidade, e oito imóveis sofreram atos de depredação

Agência France-Presse
postado em 06/07/2018 11:00
Pelo menos 52 carros foram incendiados na noite de ontem em Nantes, entre eles o veículo da prefeita da localidade, e oito imóveis sofreram atos de depredação
Nantes, França - Cerca de 50 veículos foram incendiados, e vários prédios públicos, deteriorados, na quinta-feira (5/7), na cidade francesa de Nantes, palco de distúrbios pela terceira noite consecutiva, após a morte de um jovem abatido pela Polícia.

O agente que abriu fogo está sob prisão preventiva para ser interrogado sobre a morte do rapaz de 22 anos, um episódio que voltou a expor a tensa relação entre a Polícia e os jovens em algumas áreas urbanas pobres na França.

Pelo menos 52 carros foram incendiados na noite de ontem em Nantes, entre eles o veículo da prefeita da localidade, e oito imóveis sofreram atos de depredação.

Quatro pessoas foram detidas, incluindo um menor de 14 anos que levava um galão de gasolina, disseram fontes policiais.

[SAIBAMAIS]Também foram registrados distúrbios na localidade de Garges-l;s-Gonesse, no subúrbio de Paris, onde a vítima morava. Não houve feridos, mas um veículo policial foi atacado, e latas de lixo, queimadas.

Antes do início dos confrontos, cerca de mil pessoas marcharam em Nantes, pacificamente, para reivindicar "justiça e verdade".

A vítima levou um tiro de um policial na terça à noite, quando, segundo a própria Polícia, deu marcha ré no carro para fugir de uma blitz. O rapaz morreu pouco depois no hospital. O jovem tinha um mandado de prisão contra ele por roubo.

Na quinta, o policial que atirou foi posto em prisão preventiva pela Inspetoria Geral da Polícia francesa por "violência voluntária (...) que provocou a morte, sem intenção de matar", anunciou o procurador de Nantes, Pierre Senn;s.

Segundo uma fonte próxima à investigação, os cinco policiais que estavam nessa noite de plantão com o agente que atirou confirmaram que a vítima quis dar marcha a ré em "a grande velocidade", pondo em risco a vida de quatro garotos que estavam brincando na calçada, atrás do veículo.

O procurador de Nantes não confirmou essas declarações, que divergem dos testemunhos de vários moradores ouvidos por jornalistas da AFP. Segundo uma mulher que filmou a cena, "não havia nenhum agente atrás do carro".

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