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Pompeo pressiona Coreia do Norte a cumprir os compromissos nucleares

Depois do encontro, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos viajou para Tóquio, onde pretende informar os chanceleres do Japão e da Coreia do Sul sobre os resultados das conversações

Agência France-Presse
postado em 07/07/2018 13:57

Depois do encontro, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos viajou para Tóquio, onde pretende informar os chanceleres do Japão e da Coreia do Sul sobre os resultados das conversações

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, participou neste sábado em Pyongyang de negociações com o braço direito do líder norte-coreano, com o objetivo de concretizar o prometido plano de desnuclearização. A reunião aconteceu no segundo e último dia da visita de Pompeo ao país, em uma mansão para hóspedes de Pyongyang, onde ele conversou com Kim Yong Chol, conselheiro do dirigente norte-coreano, Kim Jong Un.

Depois do encontro, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos viajou para Tóquio, onde pretende informar os chanceleres do Japão e da Coreia do Sul sobre os resultados das conversações. O objetivo da reunião foi estabelecer uma agenda detalhada para "desnuclearização completa" da península coreana, como anunciaram na reunião histórica de 12 de junho em Singapura o presidente americano, Donald Trump, e Kim Jong Un.

"Nossa política não mudou", declarou Heather Nauert, porta-voz do secretário de Estado. "Nossa expectativa é exatamente a que o presidente (Trump) e Kim Jong Un estabeleceram em Singapura, que é a desnuclearização da Coreia do Norte", disse.

As conversações de sábado aconteceram em uma residência de um complexo oficial perto do mausoléu onde estão os corpos dos ex-dirigentes da Coreia do Norte, Kim Il Sung e Kim Jong Il - avô e pai do atual líder do país.

Pouco depois do início do encontro, Pompeo deixou o local para fazer uma ligação, sob rígidas medidas de segurança, ao presidente Donald Trump, longe da possível vigilância norte-coreana, antes de retomar as negociações, que duraram quase seis horas.

Nos primeiros minutos da reunião, Kim Yong Chol perguntou a Mike Pompeo como ele dormiu em sua primeira noite no país. "Tivemos uma discussão muito séria sobre temas muito importantes ontem. Pensando nestas discussões, talvez você não tenha dormido bem", disse o norte-coreano.

Pompeo, no entanto, respondeu que dormiu "muito bem", mas o diálogo dá a entender que as discussões nos próximos meses serão mais difíceis.

"Piadas" e "cortesias"

"Consideramos isto muito importante porque é a primeira reunião de alto nível cara a cara desde o encontro de cúpula entre nossos dois governantes", disse Pompeo. "O trabalho que fazemos sobre uma desnuclearização completa, estabelecendo uma relação entre nossos dois países, é vital para uma Coreia do Norte mais radiante e o êxito que nos exigem nossos dois presidentes", completou o secretário de Estado.

"Claro que é importante. Há coisas que tenho que esclarecer", respondeu Kim Yong Chol. "Há coisas que eu também tenho que esclarecer", completou Pompeo. Esta foi a terceira visita do chefe da diplomacia americana a Coreia do Norte.

Pompeo começou a aproximação diplomática com Pyongyang quando era diretor da CIA. Designado há poucos meses secretário de Estado, permaneceu como interlocutor chave das negociações.

"Quanto mais nos reunirmos, mais profunda será nossa amizade", afirmou Yong Chol a Pompeo na sexta-feira. Também disse que as viagens do americano a Pyongyang ajudam a construir a confiança.

Na sexta-feira à noite, Mike Pompeo, acompanhado por altos funcionários do Departamento de Estado e da CIA, conversou por quase três horas com os anfitriões norte-coreanos, antes de passar sua primeira noite em Pyongyang.

A porta-voz de Pompeo disse que os dois lados fizeram piadas e trocaram gestos de cortesia. Heather Nauert disse que ambos concordaram em formar grupos de trabalho para acordar "detalhes práticos" que permitam cumprir as promessas da reunião de 12 de junho.

Washington espera que o processo de desnuclearização comece este ano. Mas vários analistas e críticos do presidente Trump consideram que a promessa do dirigente norte-coreano não é confiável e que o processo, se começar, poderá demorar anos.

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