A ONU indicou nesta terça-feira que 842 crianças-soldados, algumas com apenas 11 anos, foram recrutadas em 2017 no Iêmen, país devastado por uma guerra entre rebeldes e forças do governo. O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários no Iêmen disse em um comunicado que 76 dessas crianças participaram em combates.
As outras eram encarregadas de "monitorar postos de controle e prédios públicos, patrulhar e levar água, comida e material para posições militares", segundo o texto.
A ONU também indica que, em 2017, 1.316 crianças foram mortas ou mutiladas, metade das quais foram vítimas de atentados atribuídos à coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, que iniciou uma intervenção contra os rebeldes iemenitas em 2015.
As Nações Unidas denunciaram recentemente o impacto devastador do conflito sobre as crianças: 2.200 morreram desde o início da guerra e 3.400 ficaram feridas.
Outras sofrem as consequências da fome ou morrem de doenças que poderiam ser evitadas, como a cólera.
As crianças representam metade dos quase 22 milhões de habitantes iemenitas que precisam de ajuda humanitária para sobreviver.
Segundo a ONU, cerca de 10 mil pessoas morreram desde o início da intervenção saudita contra os rebeldes xiitas huthis, apoiados pelo Irã.