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Vaticano não vai protestar contra agressão a núncio na Nicarágua

Os seguidores do governo invadiram com violência a Basílica de San Sebastián, em Diriamba, onde eclesiásticos tinham chegado para apoiar um grupo de manifestantes

Agência France-Presse
postado em 12/07/2018 10:23
Na segunda-feira, centenas de seguidores do presidente Daniel Ortega e paramilitares sitiaram e agrediram líderes católicos na cidadeO Vaticano não apresentará um protesto formal à Nicarágua depois da agressão sofrida por seu núncio nesse país, anunciou nesta quinta-feira o secretário de Estado da Santa Sé.

"O núncio soube administrar muito bem a situação. Não protestaremos", informou o cardeal Pietro Parolin, em declarações ao canal católico italiano TV 2000.

[SAIBAMAIS]Na segunda-feira, centenas de seguidores do presidente Daniel Ortega e paramilitares sitiaram e agrediram líderes católicos na cidade de Diriamba, no sudoeste da Nicarágua, em um recrudescimento da violência que já deixou 260 mortos em quase três meses de protestos contra o governo.

Os seguidores do governo invadiram com violência a Basílica de San Sebastián, em Diriamba, onde eclesiásticos tinham chegado para apoiar um grupo de manifestantes, que se entrincheiravam ali no domingo para se proteger do assédio às forças governistas.

"Não queremos mais bloqueios de vias", "assassinos", "mentirosos", "filhos da puta", repetiam os partidários do governo em agressões dirigidas à comitiva de religiosos, liderada pelo cardeal Leopoldo Brenes e pelo núncio Stanislaw Waldemar Sommertag, em sua chegada a Diriamba.

Os religiosos foram cercados por partidários do governo, ao chegar ao templo, enquanto nos arredores havia dezenas de paramilitares.

Quando os sacerdotes conseguiram abrir caminho em meio à multidão para entrar na igreja, foram agredidos fisicamente pelos paramilitares e pela multidão sandinista.

A Igreja católica, que media o diálogo entre o governo e a Aliança Cívica, propôs antecipar as eleições de 2021 para março de 2019 a fim de sair da turbulência que envolve o país desde que os protestos começaram, em 18 de abril.

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