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Itália anuncia que rejeitará acordo de livre-comércio UE-Canadá

'Rapidamente o Acordo Econômico e Comercial Global (CETA) chegará ao Parlamento italiano, e a maioria o rejeitará, se negará a ratificá-lo', adiantou Di Maio durante a assembleia da Coldiretti

Agência France-Presse
postado em 13/07/2018 14:48
Milão, Itália -O vice-primeiro-ministro italiano e líder do Movimento 5 Estrelas (M5E, partido antissistema), Luigi Di Maio, confirmou nesta sexta-feira (13) que a maioria parlamentar rejeitará o CETA, o acordo de livre-comércio entre União Europeia (UE) e Canadá, o que coloca em perigo a existência do tratado.

"Rapidamente o Acordo Econômico e Comercial Global (CETA) chegará ao Parlamento italiano, e a maioria o rejeitará, se negará a ratificá-lo", adiantou Di Maio durante a assembleia da Coldiretti, principal sindicato agrícola italiano.

"Se algum funcionário nosso continuar defendendo ele, será destituído imediatamente", ameaçou.

O M5E foi o grande vencedor das recentes eleições legislativas na Itália e se aliou à Liga (extrema direita), com a qual integra o governo e dispõe de maioria parlamentar.

O tratado de livre-comércio entre União Europeia e Canadá ainda precisa ser ratificado pelos Parlamentos dos países-membros do bloco. O acordo foi muito criticado na Europa por legisladores e sindicatos.

Em 2016, as negociações entre UE e Canadá se atrasaram justamente pelas reticências de algumas parlamentos regionais frente a vários pontos, entre eles a proteção dos investimentos.

O CETA deve ser aprovado pelos governos dos 28 países-membros e pelo Parlamento Europeu para, em seguida, ser ratificado por todos os Parlamentos nacionais.

Até agora, oito países ratificaram o tratado.

O acordou entrou em vigor provisoriamente em setembro de 2017, mas continua à espera de sua ratificação por diversos Parlamentos.

Segundo o jornal econômico Il Sole24Ore, a rejeição italiana comprometeria o acordo e até mesmo sua aplicação provisória.

O CETA reduz as tarifas aduaneiras para diversos produtos e padroniza as normas para favorecer os intercâmbios e modificar profundamente as relações comerciais entre os dois territórios.

Para o ministro italiano da Agricultura, Gian Marco Centinaio, o acordo não protege os produtos italianos com o selo de Origem Protegida e Origem Controlada.

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