Agência France-Presse
postado em 14/07/2018 17:53
O Hamas anunciou neste sábado (14/7) uma trégua para acabar com os ataques aéreos contra a Faixa de Gaza e os disparos de foguetes em direção ao território israelense, após os bombardeios mais importantes contra o enclave palestino desde a devastadora guerra de 2014.
A mediação do Egito permitiu o cessar-fogo, declarou o porta-voz do Hamas Fawzi Barhoum. Já o Exército hebreu não comentou o comunicado.
Dois adolescentes palestinos morreram nos ataques aéreos de Israel contra a Faixa de Gaza neste sábado, apontados como "o golpe mais duro" de Israel sobre o Hamas desde 2014 pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Os ataques se seguiram a uma sexta-feira de violentas manifestações na faixa que separa Israel do enclave palestino. Um jovem palestino morreu, e centenas ficaram feridos.
Segundo o Ministério local da Saúde, um adolescente de 15 anos foi baleado ao leste da Cidade de Gaza, e outros 220 palestinos ficaram feridos.
Na tarde deste sábado, o Ministério da Saúde de Gaza informou que dois adolescentes palestinos de 15 e 16 anos morreram nesses bombardeios aéreos contra um prédio a oeste da Cidade de Gaza.
Os jovens morreram quando estavam na rua, abaixo do prédio, que estava vazio no momento do bombardeio, disse a fonte.
Três civis israelenses ficaram feridos no sábado quando um foguete atingiu sua casa, no sul do país.
Os ataques aéreos de sexta à noite ocorreram quase simultaneamente com o lançamento de foguetes e morteiros da Faixa de Gaza no sul de Israel.
Antes do anúncio da trégua, o general da Força Aérea Tzvika Haimovic declarou que a campanha aérea "maciça" iria continuar, sem especificar seus objetivos. "Estamos preparados para todos os cenários possíveis", garantiu.
Ataques e contra-ataques
Desde o dia 30 de março, a Faixa de Gaza é palco de protestos contra o bloqueio israelense e pelo direito de regresso dos palestinos às terras das quais fugiram, ou foram expulsos, com a criação de Israel, em 1948.
Os soldados israelenses já mataram 140 palestinos desde que começou a mobilização.
Em nota, o Exército hebreu apontou que "aviões de ataque atingiram um túnel destinado a ações terroristas no sul da Faixa de Gaza, assim como vários locais terroristas situados em bases militares no conjunto".
"Os ataques foram uma resposta aos atos de terror durante os violentos protestos contra o território israelense através do lançamento de balões incendiários a partir da Faixa de Gaza", declarou um oficial.
Segundo o Exército, os militares lançaram granadas, artefatos explosivos, coquetéis molotov e pedras em direção aos soldados, e um militar ficou ferido.
Os bombardeios israelenses foram seguidos de "pelo menos 31 disparos a partir da Faixa de Gaza, em direção ao território de Israel, dos quais cinco acabaram interceptados pelo sistema de defesa antiaérea", precisou o Exército.
O porta-voz do Hamas, Fauzi Bahum, reivindicou os disparos, explicando que foi uma "resposta imediata da resistência".