Agência France-Presse
postado em 16/07/2018 16:06
As Forças Militares da Colômbia negaram nesta segunda-feira (16/7) que exista um plano para "refundar" as Farc, poderosa guerrilha que deixou as armas e cujos dissidentes disputam o controle do tráfico de drogas.
[SAIBAMAIS]O chefe do alto comando, o general Alberto Mejía, respondeu a uma publicação da revista "Semana" que fala de uma "estratégia" dos dissidentes de se unificarem e relançarem as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
"Não há um plano para refundar as Farc. Há um plano para potencializar o narcotráfico, para se articular com o crime organizado transnacional, para dominar toda a cadeia do narcotráfico em certas regiões do país", afirmou Mejía à W Radio.
Grande parte da guerrilha, cerca de 7.000 combatentes, deixou as armas, mas centenas de rebeldes se distanciaram das negociações de paz.
Segundo a Inteligência militar, os dissidentes operam sem um comando unificado e contam com 1.200 combatentes distribuídos em territórios-chave para o narcotráfico e a mineração ilegal.
Citando "cifras de centros de análise e de agências de Inteligência estrangerias", a "Semana" assegura que os dissidentes hoje rondam "os 4.000 homens".
"Os grupos estão trabalhando unidos, recolhendo dinheiro e movendo suas bases entre as comunidades. Inclusive teriam uma data próxima para a reunião que marcaria o ressurgimento", diz a revista na edição que começou a circular no fim de semana.
Contudo, o Exército e o governo colocaram sob suspeita a capacidade dos dissidentes de se reunificarem.
"Este grupo residual está murchando graças às ações da força pública, está com menos integrantes, com menos armamento, com menos capacidade, não pôde consolidar o seu comando e controle", declarou o ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, em entrevista coletiva.
Nesse sentido, Mejía insistiu que o combate frontal aos grupos que se afastaram do acordo dizimou os desertores ou dissidentes.
A última contagem de dissidentes "baixa a 1.200", assinalou o general.
A outrora guerrilha comunista, que decidiu manter a sigla Farc em sua vida política, denunciou a morte de 70 ex-combatentes e familiares desde a assinatura do acordo de paz.