Os Estados Unidos aumentaram a pressão sobre a China neste sábado (21), ressaltando que querem uma relação comercial mais "equilibrada" e, ao mesmo tempo, afirmaram que se a União Europeia deseja um acordo de livre-comércio terá que deixar de lado subsídios e barreiras comerciais.
O secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, declarou à margem do G20 das Finanças em Buenos Aires que buscará uma relação mais "equilibrada" com a China, para quem os Estados Unidos desejam vender mais para reduzir o seu déficit comercial bilateral astronômico. Esta semana, o presidente Donald Trump fez fortes declarações e ameaças em questões comerciais.
Trump chamou a China, a UE e a Rússia de "inimigos" comerciais e ameaçou ampliar as sobretaxas impostas ao aço e ao alumínio para todas as importações da China, totalizando 500 bilhões de dólares por ano. "É definitivamente uma possibilidade real, então não vou minimizar. Fomos muito claros sobre nossos objetivos", disse Mnuchin antes do início da reunião dos ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do G20.
"Queremos ter uma relação (comercial) mais equilibrada com a China e a relação equilibrada é que vendamos mais bens" para o gigante asiático, disse ele. O déficit comercial dos Estados Unidos com a China supera 370 bilhões de dólares. - ;Grande oportunidade; - "Embora o objetivo seja reduzir o déficit comercial, nosso desejo é que (os chineses) abram mais seus mercados para que possamos competir com equidade e aumentar nossas exportações", explicou.
"Acho que é uma grande oportunidade para nós e para a China", comentou Mnuchin, que destacou áreas como agricultura e tecnologia como potenciais fatores de crescimento no fluxo de comércio para a China. Referindo-se à União Europeia, Mnuchin declarou que o bloco deve fazer concessões consideráveis se quiser obter um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos.
"Minha mensagem é muito clara, é a mesma mensagem que o presidente (Trump) deu ao G7: se a Europa acredita no livre-comércio, estamos prontos para assinar um acordo de livre-comércio sem tarifas, sem barreiras e sem subsídios", concluiu. Mais cedo, em entrevista exclusiva à AFP, o ministro francês de Economia e Finanças, Bruno Le Maire, expressou sua preocupação com a guerra comercial desatada pelo aumento de tarifas decidido pelos Estados Unidos.