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Entrada de 400 migrantes no território espanhol de Ceuta gera confrontos

A entrada é a de maior número em Ceuta desde fevereiro de 2017, quando, em quatro dias, mais de 850 migrantes entraram nesse território pelo Marrocos

Agência France-Presse
postado em 26/07/2018 07:22
Madri, Espanha - Cerca de 400 migrantes subsaarianos entraram nesta quinta-feira (26/7) no enclave espanhol de Ceuta, no norte da África, após pularem o duplo muro metálico que cerca o território, e alguns deles atacaram policiais com cal - disse a Guarda Civil à AFP.

A entrada desta quinta-feira é a de maior número em Ceuta desde fevereiro de 2017, quando, em quatro dias, mais de 850 migrantes entraram nesse território pelo Marrocos.

Os migrantes conseguiram saltar o muro por volta das 6h30 locais (1h30, horário de Brasília), indicou à AFP um porta-voz da Guarda Civil em Ceuta.

Segundo ele, saltaram "de uma vez, com grande violência", e alguns atacaram os guardas com a cal que levavam em tubos e garrafas.

[SAIBAMAIS]Por isso, houve "mais de uma dezena de guardas feridos". Quatro deles foram hospitalizados por queimaduras no rosto e nos braços.

A porta-voz da Cruz Vermelha, Isabel Brasero, disse que tiveram de prestar atendimento médico a 30 migrantes com ferimentos e contusões. Onze foram levados para o hospital por possíveis fraturas.

Nas imagens publicadas na página on-line do jornal "El Faro de Ceuta" podia-se ver alguns dos migrantes, jovens, mostrando sorridentes suas mãos ensanguentadas e as calças rasgadas.

De acordo com Isabel Brasero, depois de pularem o duplo muro, os migrantes correram para o centro de acolhimento de estrangeiros no território, conhecido como CETI.

A Espanha tem em Ceuta e em seu outro enclave norte-africano, Melilla, as únicas fronteiras terrestres entre África e União Europeia. A vigilância fronteiriça é feita em conjunto por Espanha e Marrocos.

Além desses dois encraves, a Espanha está recebendo uma crescente pressão migratória pelo mar.

O país já é a primeira via de entrada de migrantes irregulares pelo mar na UE, à frente da Itália. Foram mais de 19.500 chegadas desde o início do ano, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM) divulgados em 22 de julho.

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