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Delegados de coalizão apoiada pelos EUA negociam com governo sírio

Após o início do conflito na Síria em 2011, a comunidade curda estabeleceu um governo autônomo nos territórios que se encontram sob seu controle no norte e no nordeste da Síria

Agência France-Presse
postado em 27/07/2018 07:25
Qamishli, Síria - Uma delegação do braço político das Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiadas por Washington, viajou pela primeira vez para Damasco para discutir o futuro das zonas sob seu controle no norte da Síria - informou uma fonte local nesta sexta-feira (27/7).

"Uma delegação do Conselho Democrático Sírio faz uma primeira visita oficial a Damasco, a convite do governo" do presidente Bashar al-Assad, disse o copresidente do Conselho, Riad Darar, em Qamishli (nordeste).

"Agimos em favor de uma solução para o norte sírio", acrescentou.

Darar manifestou sua esperança de que as discussões com Damasco sejam "positivas" e insistiu em que não impõem "qualquer condição para negociar".

A delegação curdo-árabe é formada por diferentes líderes políticos e militares de alta patente e escalão.

[SAIBAMAIS]Após o início do conflito na Síria em 2011, a comunidade curda estabeleceu um governo autônomo nos territórios que se encontram sob seu controle no norte e no nordeste da Síria, regiões de importantes reservas petrolíferas.

Os territórios curdos representam 27% do território sírio, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

As FDS controlam inclusive a cidade de Raqa, a antiga capital do Estado Islâmico (EI) na Síria, reconquistada em outubro de 2017. Também combatem grupos extremistas em Deir Ezzor, com o apoio da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

No final de maio, Al-Assad ameaçou recorrer à força para recuperar os territórios controlados pelos curdos. Não descartou, porém, chegar a um acordo com as FDS.

"Começamos primeiro a negociar, já que a maioria de seus membros (das forças curdas) é síria. Mas, se isso não funcionar, vamos liberar nossos territórios pela força. Não temos outra escolha", advertiu o presidente sírio.

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