Agência France-Presse
postado em 01/08/2018 12:28
Buenos Aires, Argentina - A ex-presidenta argentina Cristina Kirchner deverá depor em 13 de agosto numa investigação sobre o suposto pagamento de propinas milionárias. Dezenas de empresários e ex-funcionários foram detidos na madrugada desta quarta-feira em função desde escândalo.
A ex-presidente (2007-2015) e atual senadora deverá comparecer ante o juiz federal Claudio Bonadio, segundo fontes judiciais. "A hipótese que está sendo investigada é a da associação ilícita", declarou o promotor do caso, Carlos Stornelli, à Radio La Red.
Bonadio ordenou na quarta-feira a prisão de dez pessoas, incluindo Roberto Baratta, ex-secretário de coordenação do ex-ministro do Planejamento Federal, Julio De Vido, preso por suposta corrupção.
Os empresários Gerardo Ferreyra, da Electroingeniería, e Javier Sánchez Caballero, do Iecsa, também foram detidos. Suas empreiteiras venceram licitações durante a gestão de De Vido.
Outro detido foi Rafael Llorens, ex-secretário legal do Planejamento Federal. Não foi esclarecido se Kirchner foi convocada no caráter de testemunha ou de indiciada. O promotor Stornelli indicou que o caso está sob sigilo.
As prisões ocorreram após depoimento da ex-esposa do motorista de Baratta, também preso, relatando supostas transferências de sacolas com dinheiro para o ministério.
O juiz citou a ex-presidente porque sua casa na capital é apontada como o destino de uma das supostas entregas, conforme as anotações fornecidas ao juiz detalhando os movimentos do dinheiro. Presume-se que essas anotações pertençam a Oscar Centeno, motorista de Baratta.
O ex-chefe de Gabinete Juan Manuel Abal Medina, i ex-secretário geral da Presidência Oscar Parrilli e outros ex-funcionários de Kirchner que aparecem nas anotações também foram convocados para depor.