Nova York, Estados Unidos - O Facebook se aproximou dos principais bancos americanos para pedir informações financeiras de seus clientes a fim de oferecer novos serviços no Messenger, revelou uma fonte próxima ao caso à AFP na segunda-feira (6/8).
A rede social com mais usuários do mundo dialogou com Chase, banco de varejo do JPMorgan, Citi (do Citigroup) e Wells Fargo, acrescentou a fonte, sob condição de anonimato. Segundo ela, Chase interrompeu essas negociações. De acordo com o americano The Wall Street Journal, que revelou a manobra da rede social, também houve conversas com o Bancorp.
A empresa liderada por Mark Zuckerberg tinha como objetivo obter informações sobre as transações com cartões de crédito e saldos de conta corrente de seus clientes, indicou a fonte. O Facebook pediu informações sobre as empresas com as quais os bancos fazem negócios, com uma oferta em troca: a possibilidade de oferecer o serviço de mensagens instantâneas (Messenger), que conta com 1,3 bilhão de usuários ativos.
De acordo com a fonte, o Facebook não especificou qual uso pretende dar aos dados solicitados. "Como várias empresas na Internet com atividades comerciais, nós nos associamos a bancos e emissores de cartões de crédito para oferecer serviços como chat com clientes e gestão de contas", disse à AFP uma porta-voz do Facebook. "As contas correntes ligadas às páginas do Facebook permitem aos seus proprietários receber em tempo real atualizações no Messenger e podem, assim, conservar os rastros sobre os dados de suas transações, como recibos, datas e saldo de contas", acrescentou. "Não utilizamos essas informações com fins publicitários", destacou.
Uma porta-voz do Citi disse à AFP que a instituição financeira mantém discussões sobre "potenciais" associações "regularmente" . Uma fonte interna informou que o banco não desconsiderou a possibilidade de se associar a uma rede social após constatar que seus clientes passam cada vez mais tempo nelas.
Patricia Wexler, porta-voz de JPMorgan Chase, enviou à AFP uma declaração: "Não compartilhamos dados de transações de nossos clientes (...) e, portanto, rejeitamos algumas propostas". Wells Fargo se recusou a comentar. A revelação volta a lançar luz sobre o problema dos dados pessoais dos usuários, após o escândalo da Cambridge Analytica, acusada de coletar dados nas redes sociais e usá-los para fins políticos, sem consentimento dos usuários.