Agência France-Presse
postado em 13/08/2018 15:00
Washington, Estados Unidos - O agente do FBI Peter Strzok, que foi retirado da investigação sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016 depois de ser revelado que trocou mensagens de texto contra Donald Trump, foi demitido, disse seu advogado nesta segunda-feira (13).
Aitan Goelman, advogado de Strzok, disse que seu cliente, funcionário do Escritório Federal de Investigações por 21 anos, foi demitido na sexta-feira pelo subdiretor deste ente, David Bowdich.
[SAIBAMAIS]A medida foi tomada apesar de o escritório disciplinar ter decidido que Strzok deveria enfrentar uma destituição e suspensão de 60 dias, segundo o advogado, que descreveu a demissão como "um desvio das práticas típicas da agência".
"Essa decisão deveria ser muito preocupante para todos os americanos", assinalou Goelman em um comunicado. "Uma longa investigação e múltiplas rodadas de depoimentos do Congresso não deram nenhuma pista de evidência de que os pontos de vista pessoais do agente especial Strzok tenham afetado o seu trabalho", assegurou.
"De fato, em suas décadas de serviço, o agente especial Strzok demonstrou ser um dos principais oficiais de contrainteligência do país", acrescentou o advogado.
A decisão de demiti-lo, alegou Goelman, foi uma resposta "à pressão política e para punir o agente especial Strzok por seu discurso político protegido pela Primeira Emenda, e não por uma análise justa e independente dos fatos". "É uma decisão que só produz um ganhador: os que buscam prejudicar o nosso país e enfraquecer a nossa democracia", acrescentou.
Strzok, de 48 anos, e sua amante, a ex-advogada do FBI Lisa Page, trocaram mensagens de texto durante a campanha eleitoral de 2016 nas quais criticavam Trump, então candidato republicano à presidência.
Após a revelação pública das mensagens, Strzok foi removido pelo procurador especial Robert Mueller da investigação sobre a interferência russa nas eleições de 2016.
Trump aproveitou as mensagens para reforçar a sua afirmação de que a investigação de Mueller é uma "caça às bruxas" política por parte de procuradores enviesados.