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Erdogan diz que Turquia 'boicotará' produtos eletrônicos americanos

Os produtos da Apple são muito usados na Turquia, incluindo por Erdogan, que costuma ser fotografado com um iPhone, com um iPad na mão.

Agência France-Presse
postado em 14/08/2018 07:50
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Ancara, Turquia - O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou nesta terça-feira (14/8) que seu país vai "boicotar" os produtos eletrônicos americanos, em um momento de grande tensão nas relações entre Ancara e Washington. "Vamos aplicar um boicote contra os produtos eletrônicos americanos", afirmou Erdogan em um discurso na televisão.

"Se (Estados Unidos) têm iPhones, há Samsung do outro lado", declarou, em uma referência à marca americana Apple e à rival sul-coreana. "Nós temos os nossos Venus e Vestel", completou, em referência a marcas eletrônicas turcas. Os produtos da Apple são muito usados na Turquia, incluindo por Erdogan, que costuma ser fotografado com um iPhone, com um iPad na mão.

Durante a tentativa de golpe de Estado de 15 a 16 de julho de 2016, Erdogan pediu a seus seguidores que fossem às ruas, recorrendo ao aplicativo FaceTime, desenvolvido pela Apple. As declarações do presidente turco surgem no momento em que Ancara e Washington, dois aliados na Otan, atravessam uma crise diplomática que preocupa os mercados na Turquia e que acelerou o colapso da lira turca.

Depois de vários meses de tensão, as relações se complicaram mais, com a detenção na Turquia do pastor americano Andrew Brunson. Os Estados Unidos impuseram sanções contra dois ministros turcos, e Ancara respondeu com medidas similares. Na sequência, o presidente americano, Donald Trump, anunciou o aumento das tarifas de importação do aço e do alumínio turcos.

Essas disputas provocaram a queda da lira turca nos últimos dias. A divisa parecia, porém, começar a se recuperar nesta terça, um dia depois de o Banco Central turco anunciar uma série de medidas.

Pelo colapso, Erdogan responsabilizou um "complô político", promovido, segundo ele, pelos Estados Unidos. "Não hesitam em usar a economia como uma arma", declarou ele, nesta terça, garantindo que a economia turca funciona "como um relógio, graças a Deus".

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