Agência France-Presse
postado em 15/08/2018 16:30
Washington, Estados Unidos - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogou a autorização de segurança do ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) John Brennan, negando acesso a informação sigilosa a este crítico do presidente e ex-conselheiro de Barack Obama, anunciou a Casa Branca nesta quarta-feira (15/8).
A secretária de imprensa Sarah Sanders leu uma declaração de Trump na qual assinala que esse benefício historicamente concedido a funcionários de alto escalão para ter acesso à informação delicada e confidencial, inclusive depois de deixarem o cargo, já não corresponderia a Brennan pelo risco que a sua "conduta vacilante" supõe.
"Historicamente, os ex-chefes das agências de Inteligência e Segurança tinham a permissão para manter o acesso à informação sigilosa depois de seu serviço para que pudessem dar consultas a seus sucessores", assinalou Sanders.
"Neste momento do meu governo, qualquer benefício que os altos cargos possam obter das consultas com Brennan agora se veem abaladas pelo risco que a sua conduta vacilante representa", acrescentou, lendo o texto de Trump.
Brennan, chefe da CIA entre 2013 e 2017, continua sendo uma voz respeitada no meio político dos Estados Unidos.
Após a cúpula no mês passado em Helsinque entre Trump e seu contraparte russo, Vladimir Putin, Brennan descreveu o comportamento do presidente americano como "traiçoeiro, para dizer o mínimo". "Não foram apenas os comentários tolos de Trump, mas que está totalmente nas mãos de Putin", tuitou.
Brennan havia assinalado muitas vezes a sua certeza sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016, refutando as dúvidas de Trump sobre o assunto.
Além de Brennan, a Casa Branca disse no final de julho que avaliava revogar as autorizações de segurança de James Clapper, ex-diretor de Inteligência nacional; James Comey, a quem Trump demitiu do cargo de diretor do FBI no ano passado; Michael Hayden, que também atuou como diretor de Inteligência nacional; e Sally Yates, a ex-procuradora-geral interina demitida por Trump pouco depois de assumir a presidência.
Susan Rice, conselheira de Segurança Nacional de Obama, também estava na lista.