Agência France-Presse
postado em 16/08/2018 20:36
Washington, Estados Unidos - A ex-assessora da Casa Branca Omarosa Manigault Newman divulgou nesta quinta-feira (16/8) uma nova gravação em sua investida contra o presidente americano, Donald Trump: desta vez, uma mulher, identificada como nora do mandatário, parece tentar comprar seu silêncio.
[SAIBAMAIS]Manigault Newman difundiu na rede NBC a gravação de uma conversa que teria tido com Lara Trump, mulher do filho do presidente, Eric, dizendo que a oferta de um trabalho de 15.000 dólares por mês após deixar a Casa Branca viria com algumas condições.
"Parece que, obviamente, há algumas coisas que você tem na manga", diz Lara Trump, enquanto explica que o trabalho seria pago com as "pequenas" doações de campanha de Trump. "Claramente, se você se une à equipe de campanha, não pode haver vazamentos", continua.
Lara Trump não desmentiu as declarações, mas se disse traída por uma ex-colega, a quem considerava uma irmã.
"De mulher para mulher, compartilhei uma conexão com Omarosa como amiga e irmã de campanha e estou absolutamente abalada e triste por sua traição e violação em um nível profundamente pessoal", disse. "Espero que valha a pena para você, Omarosa, porque há coisas que simplesmente não se podem comprar", declarou.
Esta é a terceira vez em quatro dias que esta mulher de 44 anos, que foi uma ferrenha defensora de Trump, revela uma conversa gravada nas altas esferas do poder em Washington, em um momento em que publica um livro explosivo sobre sua experiência na Casa Branca.
Omarosa divulgou no domingo o áudio de quando o chefe de gabinete de Trump, John Kelly, comunicou sua demissão em dezembro, aparentemente gravado na sala de crise blindada da Casa Branca. Na segunda-feira, revelou uma conversa particular com Trump, na qual o presidente afirma não ter tido conhecimento de que ela tinha sido demitida.
Trump, a quem Omarosa acompanha há 15 anos - primeiro como "aprendiz", depois como uma entusiasmada militante em sua campanha eleitoral e mais tarde como sua principal assistente afro-americana - a tem ofendido com intensidade crescente nos últimos dias.
Começou por chamá-la de "delinquente", "maluca", "não inteligente", "perdedora" e "chorona" e acabou referindo-se a ela como "cachorra", despertando críticas de todo o espectro político.
Em seu livro, Omarosa apresenta Trump como racista, mentiroso e misógino.