Agência France-Presse
postado em 17/08/2018 18:50
México, México - O presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, anunciou nesta sexta-feira (17) que antes de assumir seu mandato submeterá a uma consulta popular a continuidade ou o cancelamento de um novo aeroporto construído na capital mexicana com um investimento milionário.
"No final de outubro aplicamos uma consulta e vão ser todos os cidadãos que decidirão... e esse resultado é o que será levado em conta, o que quer dizer que será uma consulta vinculante", disse López Obrador em uma coletiva de imprensa.
[SAIBAMAIS]López Obrador, que com seu discurso anticorrupção ganhou as eleições com 53,20% dos votos, assumirá a presidência em 1; de dezembro.
Durante a campanha, ele criticou duramente o projeto do novo terminal impulsionado pelo atual presidente Enrique Peña Nieto, classificando a obra de "faraônica" e cuja implementação teria sido permeada por corrupção.
O projeto tem um custo de construção que aumentou para 300 bilhões de pesos (cerca de 15,77 bilhões de dólares), disse Javier Jiménez, futuro ministro de Comunicações e Transportes de López Obrador.
López Obrador explicou que o propósito da consulta é "transmitir aos cidadãos mexicanos toda a informação com apego à verdade, com objetividade, para que todos nós decidamos (...) sobre este assunto complicado, difícil, que herdamos, mas que temos que enfrentar".
"Decida-se por uma ou outra opção, se dermos garantia aos mexicanos de que não houve corrupção", afirmou.
A iniciativa de consulta - que já havia sido esboçada pelo presidente eleito, mas sem data nem opções de votação - gerou críticas do empresariado, entre eles do homem mais rico do México, Carlos Slim, interessado na construção. O atual governo também considera que a obra é vital para a economia mexicana.
O novo aeroporto já está sendo construído no oriente da cidade, com um design futurista, em um projeto do qual participou o arquiteto britânico Norman Foster.
O custo de um eventual cancelamento do novo aeroporto ultrapassaria 100 bilhões de pesos (5,241 bilhões de dólares), 60 bilhões pelas obras já realizadas e 40 bilhões por gastos não recuperáveis, explicou Jiménez.