Agência France-Presse
postado em 22/08/2018 07:20
Lima, Peru - O chanceler do Peru, Néstor Popolizio, defendeu nesta terça-feira (22/8) a decisão de exigir passaporte aos venezuelanos que fogem da crise em seu país, alegando que muitos estão apresentando identidades falsas na fronteira. "O Peru é um país que seguirá recebendo os venezuelanos. As medidas adotadas são para ordenar a imigração em termos de segurança e regulamentação", explicou Popolizio sobre a exigência de que os venezuelanos apresentem seu passaporte a partir de 25 de agosto.
O governo destacou que aceitará passaportes vencidos e concederá vistos humanitários em situações excepcionais. Popolizio revelou que "foi constatado" que venezuelanos "entraram irregularmente com identidades facilmente falsificáveis". "Há casos em que tivemos que recorrer à Interpol para saber dos antecedentes e os passaporte permite checar se a pessoa é procurada".
"Tais medidas "são ações preventivas e buscamos evitar que surjam sentimentos de xenofobia em relação aos venezuelanos", declarou o chanceler. Popolizio avaliou que a fuga "ocorre porque na Venezuela não há trabalho, comida e remédios". "Há uma ditadura e isto gera exodo", completou.
O Peru calcula que mais de 20 mil venezuelanos deverão entrar no país antes do início da exigência do passaporte.
Ao menos 400 mil venezuelanos ingressaram no Peru nos últimos dois anos, com base na política de portas abertas diante da crise social e econômica que devasta a Venezuela.