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Mal-estar na África do Sul com crítica de Trump à reforma agrária do país

Em uma mensagem publicada na quarta-feira no Twitter, Trump informou que solicitou ao secretário de Estado Mike Pompeo para "estudar com cuidado as apreensões e expropriações de terras e fazendas na África do Sul e a morte em larga escala de fazendeiros"

Agência France-Presse
postado em 23/08/2018 07:56
Joanesburgo, África do Sul - O governo da África do Sul expressou nesta quinta-feira (23/8) seu mal-estar com tuíte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, preocupado com as "expropriações de terras e fazendas" em um projeto de reforma agrária que o país africano defende como "prudente e inclusivo".

Em uma mensagem publicada na quarta-feira no Twitter, Trump informou que solicitou ao secretário de Estado Mike Pompeo para "estudar com cuidado as apreensões e expropriações de terras e fazendas na África do Sul e a morte em larga escala de fazendeiros". Trump marcou no tuíte um apresentador e o canal de TV Fox News, que havia exibido uma reportagem sobre a questão, citando especialmente a expropriação de terras dos agricultores brancos.

Com a aproximação das eleições gerais de 2019, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa prometeu acelerar a reforma agrária com o objetivo, explicou, de "reparar a grave injustiça histórica" cometida contra a maioria negra durante o período colonial e o apartheid, que terminou oficialmente em 1994.

O governo de Pretória respondeu, também no Twitter, que a "África do Sul rejeita totalmente esta visão estreita que pretende dividir a nação e nos recorda nosso passado colonial", frisou ."A África do Sul vai acelerar o ritmo da reforma de uma maneira prudente e inclusiva, que não divida a nação", completou o governo.

Atualmente, a minoria branca, que representa 8% da população da África do Sul, possui 72% das fazendas, contra apenas 4% para os negros (80% da população). A questão da terra, muito sensível no país, já havia provocado uma polêmica diplomática em março entre África do Sul e Austrália, cujo governo se ofereceu para receber os agricultores sul-africanos brancos "perseguidos".

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