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Dia de manifestações a favor e contra o governo na Nicarágua

Em Granada (sul), um dos principais pontos de encontro, centenas de moradores contrários ao governo marcharam pelas ruas apesar de um forte dispositivo policial

Agência France-Presse
postado em 25/08/2018 21:06
Granada, Nicarágua -Milhares de opositores marcharam neste sábado (25) em diferentes cidades da Nicarágua, exigindo liberdade de presos políticos e a saída do presidente Daniel Ortega, enquanto simpatizantes do governo se mobilizaram em apoio ao mandatário.

Em Granada (sul), um dos principais pontos de encontro, centenas de moradores contrários ao governo marcharam pelas ruas apesar de um forte dispositivo policial e da presença da tropa de choque, segundo uma das organizadoras da mobilização, a universitária Valeska Valle.

Os manifestantes agitavam uma bandeira da Costa Rica e uma mensagem de "obrigado, irmãos" para agradecer a solidariedade fornecida por esse país a centenas de nicaraguenses que emigrou para lá fugindo da violência.

Coincidentemente, centenas de costa-riquenhos e nicaraguenses marcharam na capital da Costa Rica contra a xenofobia e em defesa dos migrantes, rm protesto por ataques xenófobos ocorridos em um parque em San José.

Grupos pró-governo tinham planejado realizar neste sábado feiras e atos culturais na praça de Xalteva (Granada) e outras cidades nicaraguenses. A oposição planejava se mobilizar também em Manágua, León (oeste), Estelí (norte) e Boaco (centro).

Em Manágua, uma caravana que sairia para Granada para se juntar a uma marcha opositora não conseguiu seu objetivo, diante de um forte dispositivo policial e seguidores do governo que se prostraram na rodovia que leva a esta cidade.

Os participantes da caravana mudaram a rota para bairros da periferia leste da capital, mas a mobilização foi dispersa por seguidores do governo que atiraram de motocicletas, sem consequências, segundo denunciaram os afetados a jornalistas.

Dirigentes da opositora Coalizão Universitária asseguraram que 20 de seus integrantes foram detidos pela Polícia e levados à prisão de Jinotepe (sudeste), quando se dirigiam para Granada.

Os protestos contra o governo começaram em 18 de abril contra uma frustrada reforma da Previdência Social, mas acabaram levando à reivindicação de saída do poder de Ortega, que está há 11 anos ininterruptos na Presidência. Desde então, a violência política matou mais de 300 pessoas.

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