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Indiana ateia fogo ao corpo após polícia se negar a registar estupro

A mulher, de 28 anos, morreu 24 horas após ser levada ao hospital

Nova Délhi, Índia - Uma indiana vítima de estupro morreu no hospital depois atear fogo contrao próprio corpo em protesto contra a falta de ação da polícia em relação a seu caso. O superintendente da polícia, S. Channappa, admitiu à AFP que houve um "lapso" da polícia e que uma investigação estava em andamento para ver se a família da mulher tinha sido pressionada a não fazer uma queixa sobre o crime.

A vítima de 28 anos, que não pode ser identificada por motivos legais, morreu na quinta-feira (30/8) em um hospital em Shahjahanpur, no estado de Uttar Pradesh, 24 horas depois de sofrer queimaduras graves quando se incendiou dentro de sua casa. "Nós prendemos o acusado hoje e também suspendemos os policiais envolvidos até novas ordens", disse Channappa à AFP.

A mulher e seu marido foram à polícia em 23 de agosto para apresentar uma queixa de estupro. O marido alega que a polícia se recusou a registrar o caso. "Temos uma carta assinada pela vítima e sua família de que eles chegaram a um acordo com o acusado", explicou Channappa.

Autoridades estão investigando se a vítima foi coagida por oficiais. "Uma queixa deveria ter sido registrada imediatamente. Isso é um lapso de nossa parte", disse Channappa. A violência sexual é constante na Índia, com quase 40.000 casos de estupro registrados em 2016.

Ativistas dizem que essa é apenas a ponta do iceberg. A Índia tem sido o foco de atenção internacional desde que o estupro coletivo e o assassinato de uma estudante em um ônibus de Nova Délhi provocou protestos em todo o país em 2012.