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Aparelhos prometem acabar com o ronco, apneia e melhorar qualidade do sono

Aparelhos que prometem acabar com o ronco, apneia e melhorar a qualidade do ciclo do sono são a nova aposta do mercado.

Agência France-Presse
postado em 04/09/2018 10:59
Mesmo com o avanço dessas tecnologias médicos ainda se mostram céticos.
Berlim, Alemanha - A obsessão de um sono perfeito e reparador se transformou em um mercado dos sonhos para as empresas tecnológicas dedicadas à "tecnologia do sono", que apresentam, na IFA 2018 de Berlim, de aparelhos antirronco a medidores do ciclo do sono.

Alguns dos equipamentos dão conselhos. Para os que não têm problemas de saúde - mas são curiosos e querem conhecer a qualidade de seu sono -, estão os "wearables". São aparelhos conectados usados como relógio, ou pulseira, aos quais se integrou uma função que permite medir seus ciclos e despertar no momento em que o algoritmo considera ideal.

Outra novidade do IFA são os dispositivos antirronco. A empresa QuietOn, de dois ex-membros da Nokia, apresentam pequenos fones que detectam os barulhos do ambiente e divulgam, em seu lugar, ruídos que tranquilizam. Isso também funciona para os barulhos da rua.

Para criar boas condições na hora de acordar, alguns fabricantes se aventuram na luminoterapia, geralmente integrado a um despertar matutino, que difunde uma luz branca e reposiciona os ciclos do sono com os do sol.

;Ortosonia;, uma obsessão

Um tanto futurista, a Philips vai comercializar o SmartSleep, uma faixa que cobre o crânio e as orelhas e que emite um som similar à estática que se ouve em um televisor quando não há sinal. Supõe-se que esse som torna o sono mais profundo.

Há receptores na parte frontal. Um aplicativo que controla o dispositivo coleta dos dados da pessoa que está dormindo e dá conselhos para melhorar seu ciclo de sono. A empresa holandesa também expôs o DreamWear, uma máscara nasal que permite enviar oxigênio àqueles que sofrem de apneia do sono.

À medida que essas tecnologias se democratizam e que os consultórios médicos se enchem de pacientes que falam maravilhas desses dispositivos, os profissionais se mostram céticos. "Os que não estão satisfeitos com seu sono, que têm transtornos, ou que sofrem de cansaço, ou sonolência, devem discutir esses temas com um profissional, sem importar o que digam seus dispositivos conectados", alertou em maio Ilene Rosen, presidente da Associação Americana de Medicina do Sono (AASM).

Essa obsessão com um sono perfeito agora em um nome: "ortosonia", um derivado da ortorexia, a obsessão por comida saudável, que ainda não está catalogada como um transtorno médico.

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