Agência France-Presse
postado em 11/09/2018 08:04
Genebra, Suíça - O chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, prometeu nesta terça-feira (11/9) "colaborar plenamente com o sistema universal de direitos humanos", durante a 39; sessão regular do Conselho de Direitos Humanos em Genebra, na presença da nova Alta Comissária, a chilena Michelle Bachelet.
Arreaza, que criticou antecessor de Bachelet, o jordaniano Zeid Ra;ad Al Hussein, disse que o governo de Nicolás Maduro acredita que a nova Alta Comissária respeitará "seu mandato, sua independência". A Venezuela "terá vontade para começar uma nova etapa de cooperação, para fornecer toda a informação necessária no tempo pertinente e real e para colaborar plenamente com o sistema universal dos direitos humanos", completou.
"O Conselho dos Direitos Humanos e a Alta Comissária podem contar com toda a colaboração do governo", completou Arreaza em um discurso no início da sessão que contrasta com as intervenções anteriores da Venezuela neste organismo.
Em uma evidente vontade de se aproximar da Alta Comissária, Arreaza afirmou que seu país "vira a página" nas relações com o Conselho. "Quando afirmávamos que a ONU mente, não era a ONU, era o ex-Alto Comissário. O senhor Zeid com seu relatório, sem nunca ter visitado a Venezuela, a partir do Panamá com ligações telefônicas, uma metodologia ridícula, muito pouco rigorosa, muito pouco profissional, que emitia opiniões", insistiu Arreaza após o discurso ao falar com um grupo de jornalistas.
Zeid solicitou em setembro de 2017, mas não conseguiu a aprovação, uma investigação internacional sobre o uso excessivo da força pelas autoridades venezuelanas, considerando que poderiam representar crimes contra a humanidade.
Seu gabinete publicou relatórios sobre a Venezuela, mas nunca recebeu autorização para visitar o país.
Bachelet, nomeada pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, como sucessora de Zeid, assumiu o carg no dia 1 de setembro.