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Áustria propõe selecionar migrantes em embarcações no mar

O ministro Herbert Kickl propôs organizar nas embarcações ainda no mar a seleção entre refugiados e migrantes não sujeitos ao direito de asilo

Agência France-Presse
postado em 14/09/2018 16:46
Segundo o ministro, seu objetivo é
Viena, Áustria - O ministro austríaco do Interior, Herbert Kickl, propôs nesta sexta-feira (14) organizar nas embarcações ainda no mar a seleção entre refugiados e migrantes não sujeitos ao direito de asilo, durante uma reunião europeia realizada em Viena sobre política migratória.

Essa proposta adiantada durante uma entrevista coletiva com seu colega italiano, Matteo Salvini, valeria "para os que chegam em barcos nas águas territoriais de um país da União Europeia", explicou Kickl, do partido de extrema direita FP;.

"Efetuaríamos um procedimento rápido de esclarecimento para identificar os migrantes com direito a solicitar o refúgio". Apenas esses últimos seriam levados ao território da UE, enquanto os demais seriam reenviados para "portos seguros" de países terceiros.

Kickl explicou que "é um pensamento que devemos desenvolver juntos para eliminar a problemática das devoluções", pois "uma vez que as pessoas colocam os pés no continente, só conseguimos mandá-los embora com grandes dificuldades e gastos".

Segundo o ministro, seu objetivo é "endireitar o sistema" ao "ponto em que só seja possível enviar a sua solicitação de refúgio em outro lugar fora da UE". Matteo Salvini disse que apoiava a proposta de seu homólogo austríaco.

[SAIBAMAIS]Como o líder da extrema-direita italiana, Kickl quer aumentar a pressão sobre os outros países da União Europeia em prol de soluções mais radicais para conter o fluxo migratório.

O ministro austríaco criticou várias vezes a falta de otimismo demonstrada pelo comissário europeu para Migração, Dimitris Avramopoulos, sobre a possibilidade de criar na África "plataformas de desembarque" de migrantes resgatados no Mediterrâneo.

Avramopoulos, presente na reunião de Viena, disse ser "um pouco cético" a essa alternativa apresentada em junho pelos Estados da UE para afastar do continente europeu os sobreviventes das travessias clandestinas. Nenhum país da África quer acolher esses centros. Egito, Tunísia e Marrocos já negaram.

"Pode-se acreditar que os interesses de uns e outros divergem, mas os problemas são comuns" entre Europa e África sobre as questões migratórias, sustentou o ministro austríaco do Interior. Avramopoulos falou no mesmo sentido, pedindo mais cooperação entre UE e África.

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