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Agulhas escondidas em morangos causam medo na Austrália

Consumidores de morango vendidos na Austrália e na Nova Zelândia estão preocupados depois de várias pessoas encontrarem agulhas dentro das frutas

Agência Estado
postado em 17/09/2018 12:23

Apesar da gravidade da situação, não há relatos de pessoas que tenham se ferido ao comer as frutas

Consumidores de morango vendidos na Austrália e na Nova Zelândia estão preocupados depois de várias pessoas encontrarem agulhas dentro das frutas. Os casos, registrados em todos os seis Estados australianos na semana passada, obrigaram os produtores da fruta a adotarem o uso de detectores de metal.


O governo de Queensland, onde ocorreram os primeiros casos, ofereceu 100 mil dólares australianos (R$ 300 mil) para quem tiver informações que ajudem a localizar e prender os responsáveis por inserir as agulhas nas frutas.

Seis diferentes produtoras de morangos vendidos no dois países - Donnybrook Berries, Love Berry, Delightful Strawberries, Oasis, Berry Obsession e Berry Licious - fizeram um recall e retiraram todos os lotes de seus produto dos mercados até que a situação seja esclarecida.

Apesar da gravidade da situação, não há relatos de pessoas que tenham se ferido ao comer as frutas.

O Ministro de Saúde da Austrália, Greg Hunt, ordenou que a agência federal responsável por supervisionar a segurança alimentar investigue a forma como a crise das agulhas foi conduzida.

Ele também ordenou que a Food Standards Australia New Zealand, órgão governamental responsável pelo desenvolvimento de padrões alimentares para os dois países, determine se há falhas na cadeia de distribuição que devem ser corrigidas.

"O trabalho é muito, muito claro. Proteger o público e mantê-los a salvo", disse Hunt à Australian Broadcasting Corp, rede de televisão pública da Austrália.

As duas principais distribuidoras de alimentos da Nova Zelândia, Foodstuffs e Countdown, anunciaram que deixaram de comercializar os morangos australianos até que a crise seja resolvida.

A Nova Zelândia importa morangos da Austrália de abril a setembro, quando não estão na época de produção no país. As duas empresas disseram que em breve poderão reabastecer as prateleiras do mercados com produtos locais.

O vice-presidente da Associação de Produtores de Morango de Queensland, Adrian Schultz, afirmou que este caso único de "terrorismo comercial" deixou esta multimilionária indústria em uma posição de fragilidade. "Estou bravo por todas os associados, pelos fazendeiros, por seus fornecedores, pelos empacotadores e pelos caminhoneiros e suas famílias que repentinamente perderam seus empregos", disse Schultz. "(O impacto da crise) é algo de longo alcance."

Coles e Aldi, as duas principais redes de mercados da Austrália, também retiraram os morangos de suas prateleiras em quase todo o país - a única exceção são as lojas na Austrália Ocidental - por prevenção.

A polícia da Austrália Ocidental anunciou, no entanto, que o primeiro caso suspeito de contaminação por agulhas relatado na região foi em um lote de frutas cultivadas localmente. Um homem da cidade de York informou para as autoridades que encontrou as agulhas na pia de sua cozinha depois de lavar as frutas.

Este caso ocorreu depois que uma menina de sete anos moradora do Estado da Austrália Meridional encontrou, no sábado, agulhas em frutas que também foram produzidas na Austrália Ocidental.

O secretário de Saúde da Austrália Ocidental, Roger Cook, afirmou que as agulhas podem ter sido inseridas nos morangos depois que chegaram na Austrália Meridional.

O presidente da Associação de Produtores de Morango da Austrália Ocidental, Neil Handasyde, afirmou que os produtores locais receberam pedidos de grandes varejistas e de seguradoras para escanearem as frutas para localizar agulhas ocultas.

"Do ponto de vista da indústria, temos certeza (que as agulhas) não vêm das fazendas, mas estamos tentando retomar a confiança dos consumidores para que eles saibam que quando comprarem morangos não haverá nada além de morangos na embalagem e que eles são seguros para a alimentação", disse Handasyde para a emissora ABC.

"Estamos buscando muitas maneiras diferentes de lidar com essa questão. Já foram comprados detectores de metal e estamos estudando o uso de embalagens à prova de adulteração", explicou.

Handasyde disse que pagou cerca de 20 mil dólares australianos (R$ 60 mil) por um detector de metal que está usando em sua própria fazenda. Fonte: Associated Press

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