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Jungmann: dinheiro vivo com comitiva da Guiné Equatorial causa estranheza

O ministro Raul Jungmann afirmou que nenhuma hipótese está descartada sobre a origem e a destinação do dinheiro e relógios apreendidos com comitiva da Guiné Equatorial

Agência Estado
postado em 17/09/2018 17:47

Jungmann ponderou que a quantidade de dinheiro vivo apreendido causa estranheza em qualquer momento

O ministro Raul Jungmann (Segurança Pública) afirmou, nesta segunda-feira (17), que nenhuma hipótese está descartada sobre a origem e a destinação do dinheiro e relógios apreendidos pela Receita Federal com uma comitiva da Guiné Equatorial. Segundo ele, não há informação concreta sobre o caso e um inquérito foi aberto para apurar o que aconteceu.


Questionado se a quantia de US$ 1,5 milhão em dinheiro vivo poderia ser destinada a partidos políticos neste momento de campanha eleitoral, ele respondeu que nem mesmo essa hipótese foi desconsiderada. Jungmann ponderou que a quantidade de dinheiro vivo apreendido causa estranheza em qualquer momento.

Em nota divulgada hoje, a embaixada da Guiné Equatorial no Brasil atribuiu o incidente envolvendo o vice-presidente, Teodoro Obiang Mangue, que teve dinheiro e relógios apreendidos pela Receita Federal na última sexta-feira, a um "desacerto entre duas autoridades políticas e administrativas brasileiras, que só pode ser atribuído ao período de campanha eleitoral que se vive neste momento".

[SAIBAMAIS]Na última sexta-feira, Teodoro Obiang Mangue, filho do ditador da Guiné Equatorial e vice-presidente do país, aterrissou no aeroporto de Viracopos em seu avião particular. A bagagem foi vistoriada e os fiscais da Receita apreenderam US$ 1,5 milhão em dinheiro vivo não declarado, em várias moedas, e cerca de 20 relógios de luxo. No total, os bens foram estimados em US$ 16 milhões.

Mangue deixou o Brasil na manhã do domingo, levando R$ 10 mil liberados pelos fiscais. O restante segue retido. Segundo fontes da Receita, Teodorin, como é conhecido, poderá ser denunciado por lavagem de dinheiro.

A Receita e a Polícia Federal verificarão a origem do dinheiro. Caso o Ministério Público entenda que o recurso possa ser fruto de corrupção, mesmo praticada na Guiné, a ocultação dele e sua não declaração à Receita podem ser indícios suficientes para os promotores oferecerem uma denúncia por lavagem de dinheiro.

No ano passado, Teodorin recebeu uma sentença de três anos na França por lavar dinheiro de corrupção com a aquisição de imóveis. Ele é alvo de investigações semelhantes na Suíça, na África do Sul, na Espanha e nos Estados Unidos.

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