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Fundador da Alibaba critica guerra comercial EUA-China

Jack Ma disse que sua ambiciosa promessa de criar um milhão de empregos nos Estados Unidos foi prejudicada pela disputa comercial entre Pequim e Washington

Agência France-Presse
postado em 19/09/2018 19:11
Ma anunciou sua aposentadoria da empresa neste mês
Hong Kong, China - O fundador da Alibaba, Jack Ma, disse que sua ambiciosa promessa de criar um milhão de empregos nos Estados Unidos foi prejudicada pela disputa comercial entre Pequim e Washington.

O bilionário proprietário do maior portal de comércio digital da China fez a promessa a Donald Trump no ano passado, quando Pequim cortejou o então recém-eleito presidente.

Mas Ma disse à agência Nova China que sua promessa foi feita com base na cooperação continuada e no crescimento do comércio entre Estados Unidos e China, e que agora será difícil de cumprir.

"No entanto, a base anterior para o comércio foi prejudicada", declarou em uma entrevista na terça-feira.

"Mas vamos continuar trabalhando duro para promover o desenvolvimento saudável do comércio China-EUA".

O empenho corajoso de Ma após sua reunião de janeiro de 2017 na Trump Tower foi recebido com ceticismo por analistas na época, que disseram que o movimento se baseava mais em divulgação do que em fatos.

[SAIBAMAIS]Um milhão de empregos seria quase 1% de todos as vagas de trabalho nos Estados Unidos - o que significa que se a promessa fosse cumprida, a Alibaba se tornaria uma das maiores empregadoras privadas do país.

Mas a disputa comercial entre as duas principais economias do mundo se acelerou rapidamente desde que Trump assumiu o governo, com uma série de tarifas dos dois lados.

Na entrevista, Ma apontou para oportunidades de negócios em outras regiões, como Europa, América do Sul, Rússia e África.

"Ainda há muitas coisas que as empresas chinesas devem e podem fazer. Elas ainda têm muitas oportunidades, apesar dos atritos comerciais entre a China e os Estados Unidos", disse Ma à Xinhua.

"O comércio não é uma arma e não pode ser usado para guerras", acrescentou. "O comércio deve ser o propulsor da paz."

Ma anunciou sua aposentadoria da empresa neste mês. Ele quer seguir os passos do filantropo Bill Gates e se envolver com educação.

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