Agência Estado
postado em 22/09/2018 10:50
A crise econômica na Venezuela está causando um fluxo migratório sem precedentes em todo o mundo, mas, em particular, na América Latina. Pelo menos 2,5 milhões de pessoas - de 8% da população venezuelana - deixaram o país nos últimos anos em razão da crise. O aumento do número de imigrantes venezuelanos na América Latina foi de 896% nos últimos dois anos. Até o fim deste ano, a estimativa é de que mais 2 milhões busquem refúgio em nações vizinhas.
Os números estão no estudo O desafio da migração venezuelana para a região, de Francesca Ramos Pismataro, da Universidade de Rosário, na Colômbia, apresentado ontem na 15.; Conferência Internacional do Forte de Copacabana, promovida pela Fundação Konrad Adenauer, sobre gerenciamento de crises internacionais.
Em relação a outros países latinos, o Brasil recebeu poucas pessoas, de 2015 para cá, cerca de 100 mil. O Chile recebeu mais de 300 mil refugiados, e o Peru, quase 400 mil. A Colômbia foi a recordista: quase 2 milhões de venezuelanos se mudaram para o país no mesmo período.
"A Venezuela é um país de acolhida. Por isso, tem sido tão difícil para o país manejar essa situação, que teve início, timidamente, no fim dos anos 90 por conta dos mais diversos acontecimentos políticos", afirmou a especialista Milagros Betancourt, da Universidade Católica Andrés Bello, da Venezuela, que também participou da conferência.
O ministro da Defesa do Brasil, general Joaquim Silva e Luna, participou do evento. Ele esteve na Venezuela há duas semanas para uma reunião no Ministério da Defesa. "A estratégia do Brasil para os países do entorno é de cooperação. Buscamos trabalhar em relações bilaterais", explicou. "O diálogo existe e o País está buscando saídas. Fora isso, não visualizamos nenhum outro tipo de solução que envolva meios militares."