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Trump apoia Kavanaugh e diz que acusações são 'totalmente políticas'

Donald Trump classificou de "totalmente políticas" as acusações de agressão sexual que ameaçam a confirmação de seu indicado à Suprema Corte

Agência France-Presse
postado em 24/09/2018 18:15
Nesta segunda-feira, Brett Kavanaugh também negou novas acusações de abuso sexual quando era jovem e disse que não vai retirar sua candidatura ao tribunal
Nova York, Estados Unidos - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou de "totalmente políticas" as acusações de agressão sexual que ameaçam a confirmação de seu indicado à Suprema Corte, Brett Kavanaugh.

"Existe a possibilidade de que seja uma das coisas mais injustas que possam acontecer com um candidato, mas eu estou com o juiz Kavanaugh", frisou.

"É um homem com um passado irretocável", continuou Trump, em Nova York, acrescentando que, "na minha opinião, é totalmente político".

Nesta segunda-feira, Brett Kavanaugh também negou novas acusações de abuso sexual quando era jovem e disse que não vai retirar sua candidatura ao tribunal.

"Essas são meras difamações, pura e simplesmente", afirmou ele em nota. "Não serei intimidado a me retirar deste processo".

No domingo, a revista "The New Yorker" publicou o testemunho de Deborah Ramirez, uma colega de Kavanaugh na Universidade de Yale, que o acusou de ter-se exibido em uma festa na década de 1980 e de tê-la obrigado a tocar em sua genitália.

Uma semana antes, uma conhecida de Kavanaugh dessa mesma época, Christine Blasey Ford, hoje com 51 anos, denunciou no jornal "The Washington Post" a agressão sexual que teria sofrido, por parte do agora juiz, durante uma festa nos anos 1980.

Kavanaugh nega ambos os episódios e até o momento o presidente americano tem mantido seu total apoio ao candidato.

O Comitê de Justiça do Senado, que examina as candidaturas à Suprema Corte americana, ouvirá o depoimento de Christine nesta quinta-feira.

[SAIBAMAIS]Trump questionou o fato de estas denúncias serem reveladas décadas depois dos acontecimentos.

"Que pessoas apareçam assim do nada, com algo que aconteceu há 36 e há 30 anos e que nunca mencionaram. Assim, de repente, em minha opinião, é totalmente político", afirmou Trump, que na sexta-feira já havia questionado o fato de Blasey Ford ter mantido silêncio por tantos anos.

Se Kavanaugh for confirmado para este cargo vitalício, os juízes progressistas estarão em minoria por um longo tempo na Suprema Corte, que tem jurisdição sobre inúmeras questões que dividem a sociedade, tais como o direito ao aborto.

Investigação
Kavanaugh chamou a nova denúncia de "uma difamação pura e simples". "As pessoas que me conhecem sabem que isso não aconteceu", disse ele em um comunicado publicado pela revista The New Yorker.

Kavanaugh recebeu o apoio de várias mulheres que o conheceram durante sua época de estudante e durante sua carreira.

O Comitê de Justiça do Senado, que examina as nomeações à Suprema Corte, vai ouvir o testemunho de Ford na quinta-feira.

Poucas semanas antes das eleições legislativas nos Estados Unidos, que a oposição democrata pretende apresentar como um referendo sobre Trump na metade do seu mandato, esta audiência poderia afetar os resultados da votação.

Após o surgimento do movimento #MeToo, nos Estados Unidos houve uma conscientização sobre a questão da violência sexual, razão pela qual os políticos têm sido cuidadosos com a questão para não irritar o eleitorado feminino.

Os republicanos estão frustrados porque consideram que a acusação de Ford foi revelada no último momento do processo de nomeação, e acusam os democratas de tentar impedir que acabe antes das eleições de novembro.

Tanto Ford como Ramírez querem que o FBI conduza uma investigação. Os legisladores democratas apoiam essa exigência, enquanto os republicanos argumentam que as acusações são impossíveis de provar e, portanto, injustas.

Ramírez admitiu à revista New Yorker que tem alguns lapsos de memória sobre o incidente e que espera que haja um questionamento a esse respeito, já que estava sob a efeito de álcool. A data para a votação da nomeação do juiz à Suprema Corte está sujeita a tensas negociações.

Os republicanos podem perder a maioria no Congresso, colocando em risco sua capacidade de confirmar o candidato de Trump. O objetivo, então, é fazê-lo antes de 6 de novembro.

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