postado em 25/09/2018 08:26
Dez países da União Europeia rejeitaram hoje (24/9) a declaração promovida pelos Estados Unidos para pedir à comunidade internacional maior coordenação no combate às drogas.
[SAIBAMAIS] O documento, intitulado Chamada Global à Ação sobre o Problema Mundial das Drogas, determina que os países signatários deverão implantar "planos nacionais de ação" para reduzir a oferta e a demanda de drogas, assim como ampliar o tratamento à dependência e fortalecer a cooperação contra o tráfico.
Dos 28 Estados-membros que compõem a União Europeia não assinaram a declaração a Bélgica, República Tcheca, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Luxemburgo, Holanda, Espanha, Eslovênia e a Suécia.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Espanha, o governo de Pedro Sánchez não é contrário ao texto, mas decidiu não assinar a declaração porque a União Europeia não tem uma política comum na luta contra os entorpecentes.
Além disso, a missão dos Estados Unidos nas Nações Unidas não permitiu negociar o conteúdo, por isso vários países europeus decidiram não corroborar.
Reunião paralela
Mais cedo, Donald Trump presidiu uma reunião multilateral, paralela à 73; sessão da Assembleia Geral das Nações, sobre a questão das drogas. Segundo o presidente norte-americano o objetivo da declaração é "desmantelar a produção de drogas" e "combater a epidemia" de dependência química que mata milhões de pessoas no mundo todo.
O breve ato na sede das Nações Unidas contou com a presença de representantes de 130 países, mas nem todos ratificaram o documento.
O presidente americano quis debater o tema das drogas nas Nações Unidas devido à crise de dependência a opiáceos no país, que deixa 175 mortos por dia por overdose, segundo dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.
"A dependência às drogas continua tirando muitas vidas nos EUA e no mundo todo. Hoje nos comprometemos a combater juntos a epidemia das drogas", afirmou Trump.
O presidente americano, sua embaixadora na ONU, Nikki Haley, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, foram os únicos que discursaram na reunião, copresidida por 31 países.