Agência France-Presse
postado em 28/09/2018 08:25
Nova Délhi, Índia - A Suprema Corte indiana revogou nesta sexta-feira (28/9) a proibição de entrada de mulheres em um grande tempo do sul do país, alvo de 20 anos de batalha na Justiça, considerando que a medida era discriminatória.
O grande templo hindu de Ayyappa em Sabarimala, no estado de Kerala (sul), proibia o ingresso das mulheres em período fértil, de 10 a 50 anos de idade. As mulheres nessa faixa etária são, em geral, consideradas impuras nessa sociedade conservadora e patriarcal.
Um painel de cinco juízes da Suprema Corte considerou que a medida é discriminatória e viola os direitos das mulheres. "Proibir as mulheres viola o direito de uma mulher de praticar o culto e a religião", declarou o presidente do tribunal, Dipak Misra.
Em 2016, centenas de mulheres conseguiram que fosse derrogada uma proibição similar no templo Shani Shingnapur em Maharashtra, no centro. Nesse mesmo ano, um tribunal havia autorizado às mulheres o acesso ao santuário do mausoléu e à mesquita Haji Ali Dargah, em Mumbai.
Nas últimas semanas, o Supremo indiano pronunciou uma série de sentenças progressistas, que vão da descriminalização da homossexualidade e do adultério à restrição do uso de uma gigantesca base de dados biométricos.