Depois de tensas negociações de última hora, a Comissão de Justiça do Senado aprovou a indicação do juiz Brett Kavanaugh para a Suprema Corte nesta sexta-feira, 28, depois de concordar com um pedido tardio do senador republicano Jeff Flake, do Arizona, para uma investigação de uma semana sobre alegações de agressão sexual contra o indicado.
No entanto, não ficou claro se os líderes republicanos, que pressionaram pela confirmação de Kavanaugh, apoiariam o pedido de Flake para uma investigação ou, em vez disso, avançariam com uma votação no plenário do Senado sobre a nomeação.
O presidente Donald Trump, que acusou os democratas de obstrução e atraso, e se opôs ao FBI investigando as acusações contra seu candidato e disse apenas que ele "deixaria o Senado lidar com isso".
A história dramática se desenrolou um dia depois de Kavanaugh e sua acusadora, a professora universitária Christine Blasey Ford, testemunhou em uma audiência emocional que durou horas. Raivoso, Kavanaugh negou as alegações de que ele atacou Christine enquanto ambos ainda eram adolescentes, enquanto ela afirmou estar "100%" certa de que foi ele quem a atacou.
Flake, um republicano moderado com voto-chave na Comissão, estava no centro do drama. Na manhã desta sexta-feira, ele anunciou que apoiaria o nome de Kavanaugh. Pouco depois, ele foi confrontado em um elevador por duas mulheres que, sob lágrimas, imploraram para que ele mudasse de ideia.
Depois de se reunir em particular com seus colegas, Flake anunciou que iria votar para avançar a nomeação de Kavanaugh no plenário do Senado somente se o FBI fosse investigar as alegações contra o juiz.
Democratas têm pedido tal investigação, embora os republicanos e a Casa Branca insistirem que ela é desnecessária.
Flake disse que depois de discutir o assunto com outros senadores, ele sentiu "seria apropriado adiar a votação por até, mas não mais de um semana".
Isso aumenta a pressão sobre as colegas que ainda não disseram se votariam Kavanaugh ou não: as senadoras republicanas Susan Collins, do Maine, e Lisa Murkowski, do Alasca, e o senador democrata Joe Manchin, da Virgínia Ocidental.
Com uma maioria de 51-49, os republicanos do Senado têm pouca margem para erro, especialmente dado o fato de que vários democratas enfrentam reeleição dura.