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Inspeção a prisão para imigrantes nos EUA detecta riscos para detidos

Falta de cuidados médicos e condições para cometer suicídio nas celas são falhas algumas detectadas na maior prisão para imigrantes dos EUA

Agência France-Presse
postado em 02/10/2018 17:23
O relatório destacou a presença de lençóis trançados em várias celas, identificados como
Los Angeles, Estados Unidos - Escassos cuidados médicos, problemas no isolamento de detidos e condições para cometer suicídio nas celas são algumas das falhas detectadas em uma inspeção surpresa à maior prisão para imigrantes dos Estados Unidos.

O Departamento de Segurança Nacional (DHS) divulgou nesta terça-feira os resultados de sua visita ao centro de detenção de Adelanto, 150 km ao nordeste de Los Angeles, que abriga 1.940 detidos.

"Identificamos uma série de problemas sérios que violam" as normas da ICE, a polícia migratória dos Estados Unidos, e "supõem riscos significativos para a saúde e a segurança na instalação", indicou o relatório do Escritório do Inspetor-Geral (OIG) do DHS.

O relatório, datado em 27 de setembro, destacou a presença de lençóis trançados em várias celas, identificados como "forcas", e um preso disse ao OIG que tinha visto várias tentativas de suicídio com elas.

Em 2017, um homem de 32 anos morreu enforcado com seu lençol na cela, e entre dezembro de 2016 e julho de 2017 sete tentativas de suicídio foram registradas.

O relatório observou também erros na separação dos detidos, por motivos disciplinares ou administrativos, citando o exemplo de um homem que ficou nove dias em sua cadeira de rodas, sem poder dormir em uma cama ou tomar banho, depois de ter sido posto por erro no pavilhão disciplinar.

Os inspetores observaram também detidos sendo trasladados a celas de isolamento com algemas ou correntes, o que vai contra as normas do ICE. "Dá a impressão de que se trata de uma detenção penal e não de uma detenção civil", indica o texto.

O relatório aponta, ainda, a falta de cuidados de saúde de rotina neste centro, onde os reclusos esperam semanas ou até meses para ver um médico. A ICE indicou ao OIG que realizaria uma inspeção à instalação e que "implementa ações corretivas".

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