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EUA acusam sete agentes russos por ciberataques em nível global

Além de hackear, as acusações incluem lavagem de dinheiro, uso de moedas virtuais como bitcoin, fraude eletrônica e roubo de identidade.

Agência France-Presse
postado em 04/10/2018 12:37
Esta imagem obtida do FBI em Washington, DC, em 4 de outubro de 2018, mostra sete agentes suspeitos do GRU da Rússia em um pôster
Washington, Estados Unido - O departamento de Justiça americano anunciou nesta quinta-feira o indiciamento de sete agentes do serviço de inteligência militar russo (GRU) por uma campanha de ciberataques contra instâncias esportivas, uma agência internacional e uma empresa americana especializada em energia nuclear.

Os indiciamentos estão ligados à expulsão pela Holanda de quatro agentes russos acusados de tentar hackear a sede da Organização de Proibição das Armas Químicas (OPAQ) em Haia, informou uma autoridade da secretaria de Justiça.

John Demers, procurador-geral adjunto para a Segurança Nacional dos Estados Unidos, confirmou que entre os alvos conhecidos dos ataques estão a FIFA e a Agência Mundial Antidoping (WADA), bem como a empresa de energia nuclear Westinghouse.

"Países como a Rússia e outros que se envolvem em atividades cibernéticas maliciosas que rompem as regras devem compreender a determinação constante e firme dos Estados Unidos e seus aliados para impedir, interromper e deter tal comportamento irresponsável", afirmou Demers em uma coletiva de imprensa.

"Os acusados neste caso devem saber que a justiça é muito paciente, seu alcance é longo e sua memória é ainda maior", disse ele.

Além de hackear, as acusações incluem lavagem de dinheiro, uso de moedas virtuais como bitcoin, fraude eletrônica e roubo de identidade.

Demers afirmou que as operações "envolveram acesso sofisticado, persistente e não autorizado a redes de computadores com o objetivo de roubar informações privadas ou confidenciais".

Três dos sete russos indiciados neste caso fazem parte do grupo de 12 oficiais do GRU acusados %u200B%u200Bem julho pelo procurador especial Robert Mueller de interferência nas eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos. As duas investigações são diferentes, mas se sobrepõem, disse Demers.

O Canadá confirmou nesta quinta-feira (4/10) que acredita ter sido alvo de ataques cibernéticos russos, citando violações em seu centro de ética e esportes e na sede da WADA em Montreal.

"O governo do Canadá afirma com grande confiança que a inteligência do exército russo, o GRU, foi responsável" por esses ataques cibernéticos, declarou o ministro das Relações Exteriores em um comunicado.

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