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Egito condena 17 pessoas à morte por atentados a igrejas cristãs

Um tribunal militar egípcio condenou 17 pessoas à morte pelos ataques a igrejas em 2016 e 2017, que deixaram um total de 74 mortos

Agência France-Presse
postado em 11/10/2018 16:46
Em 11 de dezembro de 2016, um ataque suicida contra a Igreja Copta de São Pedro e São Paulo, no Cairo, causou 29 mortes
Cairo, Egito - Um tribunal militar egípcio condenou 17 pessoas à morte pelos ataques a igrejas em 2016 e 2017, que deixaram um total de 74 mortos, segundo fontes judiciais e de segurança.

Além disso, de acordo com as mesmas fontes, 19 pessoas receberam sentenças de prisão perpétua e outras 10 sentenças de 10 a 15 anos de prisão pelos ataques no Cairo em dezembro de 2016 e em Tanta e Alexandria (norte) em abril de 2017. Esses ataques foram reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

Pouco depois do anúncio do veredicto nesta quinta-feira, a ONG Anistia Internacional, que regularmente denuncia a repressão exercida no Egito pelas autoridades, reagiu em um comunicado.

"Não há justificativa para os ataques contra as igrejas coptas, mas pronunciar uma pena de morte coletiva após um julgamento militar injusto não dissuadirá (os autores) de futuros ataques", afirma a ONG.

Em 11 de dezembro de 2016, um ataque suicida contra a Igreja Copta de São Pedro e São Paulo, no Cairo, causou 29 mortes.

Em 9 de abril de 2017, durante a celebração do Domingo de Ramos, dois camicazes do Estado Islâmico atacaram duas igrejas no norte do Egito, em Tanta e Alexandria, e causaram 45 mortes.

O Presidente Abdel Fatah al Sisi, em seguida, instituiu um estado de emergência, que ele então estendeu várias vezes.

Os coptas são a maior comunidade cristã no Egito, representando 10% da população. Eles se queixam de discriminação e são vítimas de ataques regulares de extremistas. Desde o final de 2016, os ataques da EI deixaram mais de cem vítimas cristãs.

Desde a destituição pelos militares do presidente islamita Mohamed Mursi em 2013, as autoridades estão enfrentando vários grupos extremistas, particularmente no norte do Sinai (leste), onde os jihadistas do EI são ativos.

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