Agência France-Presse
postado em 14/10/2018 18:18
Washington, EUA - O presidente americano, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, "provavelmente" se reunirão em uma cúpula do G20 no mês que vem, declarou um funcionário americano neste domingo (14/10), enquanto um diplomata chinês qualificou alguns sinais de Washington como "muito confusos"."Os presidentes provavelmente se reunirão no G20 em Buenos Aires", declarou o assessor econômico de Trump, Larry Kudlow, no programa "Fox News Sunday".
Contudo, acrescentou que as conversas comerciais com a China, com cada lado impondo uma série de tarifas ao outro, até agora foram "insatisfatórias".
"A relação não tem sido positiva ultimamente", declarou Kudlow.
O embaixador da China nos Estados Unidos, Cui Tiankai, apresentou dúvidas similares sobre a relação entre as duas maiores potências econômicas do mundo, e confirmou que Pequim se frustrou nas conversas comerciais devido aos sinais contraditórios da administração Trump. Disse também que outros embaixadores em Washington compartilham a sua frustração.
"Não sabem quem tomou a decisão final" no governo, disse, também entrevistado pela Fox. "É claro, o presidente provavelmente tomaria a decisão final. Mas quem está desempenhando qual papel? Pode ser muito confuso".
Também se queixou de um incidente recente em que um navio da Marinha dos Estados Unidos navegou perto de uma ilha disputada pela China no Mar da China Meridional.
"Este é um exemplo muito bom da intervenção americana nos assuntos internos chineses", disse Cui, acrescentando que os funcionários americanos não estavam satisfeitos que os navios de guerra chineses entrassem no Golfo do México.
Kudlow concordou que as diferenças entre os dois lados se estendem para além do comércio.
"A relação não tem sido positiva ultimamente, e temos que ter reciprocidade em todas estas áreas: comércio, segurança, assuntos militares. Isso é o que está em jogo aqui", disse.
No início deste mês, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, fez muitas queixas contra a China. Acusou Pequim de práticas comerciais "predatórias", de "agressão" militar, ataques maciços às liberdades pessoais e minorias religiosas, e até mesmo de interferência eleitoral destinada a derrubar Trump publicando anúncios em jornais americanos.