Agência France-Presse
postado em 15/10/2018 17:45
Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, sócios no Mercosul, esperam um "movimento" da União Europeia (UE) que permita destravar a tentativa estagnada de acordo de livre-comércio bilateral, informaram nesta segunda-feira (15/10) os chanceleres do bloco reunidos em Montevidéu.
Aloysio Nunes (Brasil), Jorge Faurie (Argentina), Rodolfo Nin Novoa (Uruguai) e Luis Alberto Castiglioni (Paraguai) se reuniram na capital uruguaia para analisar "uma série de propostas" da UE "para poder continuar com as negociações", que começaram há quase 20 anos.
A pedido dos presidentes do Mercosul, os ministros "avançaram" na análise de "quase todos" os pontos apresentados pela UE, disse Nin Novoa em coletiva de imprensa.
Sem dar detalhes de qualquer avanço conseguido, os ministros se limitaram a manifestar sua "vocação" de "chegar um entendimento comercial" com a UE.
"(Alcançamos uma) Plataforma de acordo (entre os quatro países) que vamos apresentar aos europeus, para esperar por parte deles um movimento que permita que fiquemos mais satisfeitos com as propostas feitas", resumiu Nin Novoa.
Entre risos, os chanceleres responderam que "não há um prazo determinado" para alcançar um pacto cuja finalização foi esboçada diversas vezes anteriormente, embora o acordo tenha se mostrado muito complexo.
Na última rodada de negociações bilaterais em Montevidéu em meados de setembro, a possibilidade de selar um pacto voltou a estagnar por diferenças em áreas-chave.
Fontes oficiais uruguaias indicaram que os diálogos técnicos continuaram "na mesma", patinando sobre as cotas de produtos agropecuários, uma área na qual os dois blocos são competitivos.
A UE defendeu "temas novos sobre serviços, subsídios, indicações geográficas", que tornarão a negociação mais complexa, explicou há um mês Nin Novoa.
O Mercosul segue também à espera do resultado das eleições presidenciais brasileiras, em 28 de outubro.
UE e Mercosul já somam 35 rodadas de negociação sem alcançar um tratado.