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Universidade de Harvard é julgada por suposta discriminação de asiáticos

Instituição nega discriminar estudantes asiáticos, mas defende seu uso de critérios de seleção mais amplos que a excelência acadêmica, como a personalidade, para formar um corpo estudantil diverso

Agência France-Presse
postado em 15/10/2018 17:56
Instituição nega discriminar estudantes asiáticos, mas defende seu uso de critérios de seleção mais amplos que a excelência acadêmica, como a personalidade, para formar um corpo estudantil diverso
A Universidade de Harvard começou a ser julgada nesta segunda-feira (15/10) por seu processo de seleção de admissões que, segundo críticos, discrimina estudantes de origem asiática.

Um processo está desafiando o uso da raça como critério de admissão em Harvard, um fator que leva em conta há décadas para impulsionar a inscrição de minorias na universidade mais antiga e, talvez, a mais prestigiada dos Estados Unidos.

A juíza federal Allison Dale Burroughs escutou nesta segunda-feira os argumentos iniciais no julgamento civil sem júri, em Boston, que deve durar três semanas.

Harvard nega discriminar estudantes asiáticos, mas defende seu uso de critérios de seleção mais amplos que a excelência acadêmica, como a personalidade, para formar um corpo estudantil diverso.

A universidade também afirma que a proporção de estudantes de origem asiática aumentou substancialmente desde 2010, e atualmente eles representam 23% dos 2.000 alunos admitidos nas turmas de primeiro ano, em comparação com 15% de negros e 12% de hispânicos, entre 40.000 solicitantes.

O processo foi apresentado pela organização "Students for Fair Admissions" (Estudantes por Seleções Justas), dirigida por um ativista conservador branco, Edward Blum.

Nas alegações iniciais desta segunda-feira, o advogado do grupo, Adam Mortara, afirmou que Harvard usou critérios de personalidade para não admitir asiáticos, em favor de candidatos negros, hispânicos e brancos.

Harvard "deixou o lobo do preconceito racial entrar pela porta da frente", disse Mortara, citado pelo Boston Globe.

O governo de Donald Trump se inclinou a favor da afirmação de Blum, alegando que Harvard pratica um "equilíbrio racial" às custas de estudantes de ascendência asiática.

Seja qual for o resultado, os analistas esperam que esse caso ultra-sensível vá parar na Suprema Corte americana.

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