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Líder chavista critica visita de Angelina Jolie a venezuelanos no Peru

Diosdado Cabello acusou a mídia "de direita" de aproveitar a visita de Angelina Jolie a refugiados no Peru para esconder a caravana de migrantes que se dirige aos EUA

Agência France-Presse
postado em 22/10/2018 18:21
Angelina Jolie está realizando uma missão de três dias para avaliar as necessidades humanitárias dos refugiados venezuelanos e os desafios que o Peru enfrenta como país receptor
Caracas, Venezuela - O número dois do chavismo, Diosdado Cabello, acusou a mídia "de direita" de aproveitar a visita da atriz americana Angelina Jolie a refugiados venezuelanos no Peru para esconder a caravana de migrantes da América Central que se dirige aos Estados Unidos.

"Luz, câmera, ação: Angelina Jolie aparece para dar todo o seu ;amor; à caravana de venezuelanos no Peru, perdão, à diáspora venezuelana, notícia oportuna para a mídia de direita não falar dos migrantes centro-americanos e o ;amor; com o qual serão recebidos nos EUA", escreveu nesta segunda-feira (22) no Twitter o presidente da governista Assembleia Constituinte.

No domingo, a atriz chegou a Lima como enviada especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) para ver de perto a situação dos milhares de venezuelanos que emigram fugindo da severa crise socioeconômica do país petroleiro.

Angelina "Jolie está realizando uma missão de três dias para avaliar as necessidades humanitárias dos refugiados venezuelanos e os desafios que o Peru enfrenta como país receptor", assinalou o organismo da ONU em um comunicado divulgado em Genebra.

Estima-se que atualmente 456.000 venezuelanos morem no Peru. Em 2016, a cifra era de 6.000.

Segundo a ONU, 2,3 milhões de venezuelanos (7,5% da população de 30,6 milhões) vivem no exterior, dos quais 1,9 milhão emigraram desde 2015, quando piorou a crise em meio a uma hiperinflação que, em 2018, pode chegar a 1.350.000%, de acordo com o FMI.

A caravana de migrantes centro-americanos que se dirige aos Estados Unidos inclui mais de 7.000 pessoas, disse o porta-voz adjunto da ONU, Farhan Aziz Haq, citando uma estimativa da Organização Internacional para as Migrações.

Depois de passar uma segunda noite no México, milhares de migrantes, em sua maioria hondurenhos, estavam se preparando para retomar a sua viagem e tentar chegar à fronteira com os Estados Unidos, a 3.000 km de distância.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu no sábado ao seu homólogo americano, Donald Trump, para abrir as portas aos migrantes centro-americanos.

"Que abra a fronteira dos Estados Unidos e respeite os migrantes centro-americanos (...) Vejo com dor o que está acontecendo", expressou o presidente venezuelano.

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