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Angelina Jolie diz que venezuelanos não querem caridade, mas oportunidade

Angelina Jolie visita Lima como enviada especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) com o objetivo de ver pessoalmente a situação dos venezuelanos que chegaram ao Peru

Agência France-Presse
postado em 23/10/2018 16:30
O êxodo dos venezuelanos é considerado pelo Acnur como o maior movimento de pessoas na história recente da América Latina
Lima, Peru - A atriz americana Angelina Jolie declarou nesta terça-feira (23) que os venezuelanos que estão no Peru não querem caridade, mas uma oportunidade para seguir em frente, após se reunir com o presidente Martín Vizcarra no palácio de governo.

"Os venezuelanos com os quais conversei, tanto em Lima como em Tumbes, não querem caridade, querem uma oportunidade para seguir em frente", declarou, por meio de uma tradutora, em entrevista coletiva, acompanhada do chanceler peruano, Néstor Popolizio.

Jolie contou que conheceu um homem "que há apenas dois meses era advogado na Venezuela, um homem profissional, mas que agora está muito grato por ter um pequeno trabalho em um ateliê têxtil em Lima. Com isso, ele pode ganhar alguns dólares para mandar para casa para que seus filhos não morram de fome".

"Como em todas as crises de deslocamento, os países com menos recursos são os exigem mais. Agradeço ao Peru por ser tão generoso" com os venezuelanos, declarou.

As autoridades estimam que atualmente 456.000 venezuelanos morem no Peru. Em 2016, a cifra era de cerca de 6.000.

A estrela de Hollywood visita Lima como enviada especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) com o objetivo de ver pessoalmente a situação dos venezuelanos que chegaram ao Peru fugindo da devastadora crise econômica em seu país.

O êxodo dos venezuelanos é considerado pelo Acnur como o maior movimento de pessoas na história recente da América Latina.

Segundo a ONU, 2,3 milhões de venezuelanos (7,5% da população de 30,6 milhões) vivem no exterior, dos quais 1,9 milhão emigraram desde 2015, quando piorou a crise em meio a uma hiperinflação que, este ano, pode chegar a 1.350.000%, de acordo com o FMI.

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