Agência France-Presse
postado em 23/10/2018 18:08
San Francisco, Estados Unidos - O Facebook lançou nesta terça-feira (23), conforme prometido, o primeiro relatório, que passará a publicar regularmente, e no qual revela quem está por trás das propagandas políticas que aparecem na rede social ou no Instagram nos Estados Unidos.
O "Relatório de Arquivo de Anúncios", lançado on-line em www.facebook.com/ads/archive/report, fornece informações que incluem números de anúncios e quanto dinheiro foi gasto.
Este apresenta ferramentas de pesquisa de arquivo para anúncios específicos, além de links para anúncios pagos.
"Estamos introduzindo o Relatório de Arquivo de Anúncios para anúncios de propaganda nos Estados Unidos relacionados à política e a questões de importância nacional", assinalou o gerente de produtos do Facebook, Arti Kulkarni, em uma postagem.
"Esse relatório ajudará a encontrar facilmente informações como o número total de anúncios e quanto foi gasto no arquivo; tabelas para descobrir exatamente os gastos por anunciante; assim como as principais palavras-chave pesquisadas".
O relatório mostra que 256,4 milhões de dólares foram gastos em aproximadamente 1,7 milhão de anúncios orientados politicamente e arquivados desde maio deste ano.
Nessa lista, o principal gastador aparecia como Beto para uma organização do Texas que promove o congressista democrata Beto O;Rourke, cujo adversário é o atual senador republicano Ted Cruz no Texas. O grupo teria gasto 5,4 milhões em 6.024 anúncios.
O segundo maior gastador, que pagou 3,1 milhões de dólares por 50.148 anúncios, foi o comitê de Trump "Fazer a América grande de novo" (Make America Great Again), segundo o relatório. O Arquivo de Anúncios será atualizado semanalmente, informou Kulkarni.
Este relatório faz parte de um esforço do Facebook de evitar que a rede social seja usada para enganar ou dividir votantes durante as eleições, como aconteceu em 2016, quando Donald Trump venceu a disputa presidencial.
Recentemente, o Facebook criou uma "Sala de Guerra" em sua sede no Vale do Silício para centralizar a sua luta contra a desinformação e manipulação por parte de atores estrangeiros que tentam influenciar as eleições nos Estados Unidos e em outras partes do mundo.
"O nosso trabalho é detectar quem quer que esteja tentando manipular o debate público", declarou à AFP, durante uma visita à Sala de Guerra na semana passada, Nathaniel Gleicher, ex-diretor de política de cibersegurança da Casa Branca para o Conselho de Segurança Nacional, que agora comanda a política de cibersegurança do Facebook. "Trabalhamos para descobrir e remover esses atores".
A Sala de Guerra foi ativada a apenas algumas semanas das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, em meio a um persistente medo de manipulação por parte da Rússia e de outras entidades estatais, e de esforços para polarizar e inflamar as tensões.
A sala em questão faz parte das melhorias em segurança anunciadas pelo Facebook, que acrescentará 20.000 funcionários.
O Facebook também colocou a inteligência artificial a seu serviço para detectar atividades não-autênticas ou manipuladoras.