A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, voltou a defender nesta quarta-feira (23/10), em declarações no Parlamento em Londres, sua estratégia para a saída do país da União Europeia, o chamado Brexit. Pressionada internamente inclusive por parte dos deputados de seu Partido Conservador, May insistiu que tem trabalhado pelo interesse de todo o país por um acordo positivo com o bloco.
Em uma sessão marcada por uma série de questões sobre política doméstica, May comentou também que o Tribunal Europeu de Justiça não terá nenhuma jurisdição sobre questões nacionais, após o Brexit, ao contrário do aventado pela imprensa britânica. Ela não comentou, porém, questões ainda pendentes no diálogo com a UE, como o status futuro da fronteira entre as Irlandas.
May também foi perguntada sobre o episódio da morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi, um dissidente do regime de Riad visto pela última vez ao entrar no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia. A Arábia Saudita já admitiu que Khashoggi foi morto, mas nega envolvimento direto da monarquia com o crime. A premiê condenou o crime e disse que espera informações mais convincentes sobre o episódio. Pressionada, porém, ela não falou em cortar a venda de armas aos sauditas, dizendo que elas seguem autorizadas, pelas regras hoje em vigor, embora possam ser revistas mais adiante. "Seguimos as regras mais estritas no mundo em nossas exportações de armas", argumentou.
A premiê também defendeu ações de seu governo, entre elas o aumento da verba para a polícia, o sistema de saúde e a seguridade social.