Agência France-Presse
postado em 24/10/2018 18:43
Washington, Estados Unidos - As autoridades do estado americano da Virgínia anunciaram nesta quarta-feira (24) que abriram uma investigação sobre abusos sexuais de crianças pelo clero católico, tornando-se o mais recente de uma série de estados a lançar a própria investigação sobre sacerdotes pedófilos.
O procurador-geral do estado, Mark Herring, lançou uma linha telefônica e um site para permitir que as pessoas que foram vítimas de abusos de padres reportem as suas experiências em apoio à investigação.
A medida é tomada depois que investigações semelhantes foram lançadas em Pensilvânia, Washington DC, Nova York e Nova Jersey como resultado de um relatório do grande júri da Pensilvânia, que documenta mais de 300 sacerdotes "predadores" acusados de abusar de mais de 1.000 crianças no estado durante sete décadas.
A investigação da Virgínia analisará o comportamento dos sacerdotes, assim como se os líderes das dioceses católicas no estado incitaram ou acobertaram os crimes.
"Como muitos americanos, li o relatório do grande júri sobre o abuso do clero na diocese católica da Pensilvânia e me senti enojado", declarou Herring em um comunicado.
"Se houve abuso ou acobertamento na Virgínia, como na Pensilvânia, quero saber, quero erradicar e quero ajudar os sobreviventes a obter justiça e empreender um caminho até a cura", assinalou.
O relatório do grande júri da Pensilvânia, publicado em agosto, desfere um novo golpe à Igreja Católica dos Estados Unidos.
Isso levou à renúncia forçada do arcebispo de Washington DC e do ex-bispo de Pittsburgh (Pensilvânia) Donald Wuerl, acusado de não fazer o suficiente para abordar a situação com os sacerdotes pedófilos.
Outros estados, incluindo Missouri, Novo México e Nebraska, abriram investigações sobre possíveis abusos do clero em suas instituições católicas.