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Eleições regionais na Alemanha ameaçam enfraquecer governo de Angela Merkel

Uma derrota do partido de Merkel nas eleições deste domingo em Hesse, onde fica Frankfurt, enfraquecerá ainda mais a chanceler, que teve derrota há duas semanas na Baviera


A coalizão governamental de Angela Merkel pode registrar um novo revés neste domingo nas eleições da rica região de Hesse, o que enfraqueceria um pouco mais a chanceler, desgastada após 13 anos de poder.

Duas semanas depois das eleições na Baviera, com resultados catastróficos para os conservadores da CSU, uma derrota do partido de Merkel em Hesse, onde fica a cidade de Frankfurt, a capital financeira do país e sede do Banco Central Europeu (BCE), poderia reavivar o debate sobre seu futuro.

Se as últimas pesquisas, que apontavam a União Cristã Democrata (CDU) de Merkel com entre 26% e 28% das intenções de voto, se confirmarem, o partido perderia 10 pontos na comparação com as eleições regionais de 2013.

Para os social-democratas (SPD), sócios de Merkel no governo federal, que registram várias derrotas eleitorais desde as legislativas de 2017, a hecatombe pode ser similar, com resultados entre 20 e 21% segundo as pesquisas.

"Angela Merkel é chanceler há 13 anos, mas, politicamente, nunca sofreu tanta pressão", resumiu no sábado o jornal Süddeutsche Zeitung.

A ameaça é ainda maior porque em dezembro os militantes de seu partido serão convocados para votar sobre a presidência da CDU.

Algumas lideranças afirmam, nos bastidores, que a CDU precisa mudar de líder e fazer uma guinada à direita ante o avanço da extrema-direita, o que Angela Merkel não se decidiu a fazer ainda de forma clara.

Uma derrota da CDU, que governa a região há quase duas décadas, teria um forte impacto, pois o ministro-presidente de Hesse, Volker Bouffier, é um dos grandes aliados de Merkel.

Bouffier apoia a chanceler de modo fiel desde a polêmica provocada pela política migratória de Merkel, que permitiu a entrada no país de mais de um milhão de migrantes em 2015 e 2016.

Merkel lidera o partido há mais 18 anos e, até o momento, nenhum membro da CDU declarou abertamente que deseja dirigir o partido.

Ao mesmo tempo, a chanceler, 64 anos, pode ser obrigada a lidar com um enfraquecimento considerável do Partido Social-Democrata, aliado no governo federal.

Um novo revés em Hesse provocaria um novo debate no SPD, em queda livre, sobre a validade de permanecer no governo.

Ao mesmo tempo, os Verdes são os grandes beneficiados nas pesquisas em Hesse e a nível nacional, após resultados satisfatórios na Baviera em meados de outubro.

As pesquisas atribuem ao presidente do partido, Tarek Al Wazir, de 20 a 21% nas intenções de voto.

O partido de extrema-direita Alternativa para Alemanha (AfD), criado há apenas cinco anos, deve obter 13% dos votos, segundo as pesquisas, o que permitira sua entrada no parlamento regional e confirmaria a presença da formação nas câmaras de todos os "Lander".